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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley [parte 35]


- Mas ele tem razão - concordou Helmholtz com uma tristeza sombria. - É realmente idiota. Escrever
quando se não tem nada a dizer...
- Exatamente. Mas isso exige uma habilidade extraordinária. Fabricamos calhambeques com o
mínimo possível de aço, obras de arte utilizando apenas sensação pura.
O Selvagem abanou a cabeça.
- Tudo isso me parece absolutamente horrível.
- Sem dúvida. A felicidade real parece sempre bastante sórdida quando comparada com as largas
compensações que se encontram na miséria. E é evidente que a estabilidade, como espetáculo, não
chega aos calcanhares da instabilidade. E o fato de se estar satisfeito não tem nada do encanto mágico
de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de um combate contra a tentação ou de uma
derrota fatal sob os golpes da paixão ou da dúvida. A felicidade nunca é grandiosa.
- É evidente - concordou o Selvagem, depois de um silêncio. - Mas será indispensável atingir o grau de
horror de todos estes gêmeos? - Passou as mãos pelos olhos como se tentasse apagar a lembrança da
imagem daquelas longas fileiras de anões idênticos nos bancos de montagem, daquelas manadas de
gêmeos em bicha na estação do monocarril de Brentford, daquelas larvas humanas invadindo o leito de
morte de Linda, do rosto indefinidamente repetido dos assaltantes. Olhou a mão esquerda coberta por
um penso e estremeceu. - Horrível!

- Mas tão útil! Estou a ver que não gosta dos nossos grupos Bokanovsky, mas, garanto-lhe, eles são os
alicerces sobre os quais está edificado o restante. São o giroscópio que estabiliza o avião-foguete do
Estado na sua marcha inflexível. - A voz profunda vibrava, fazendo-o palpitar, a mão gesticulante
representava implicitamente todo o espaço e o impulso da irresistível máquina. O talento oratório de
Mustafá Mond estava quase ao nível dos modelos sintéticos.
- Pergunto a mim próprio - disse o Selvagem - como consegue tolerá-los no final de contas, dado poder
produzir aquilo que quiser nessas provetas. já que está entregue a essa função, porque não faz de cada
um deles um Alfa-Mais-Mais?
Mustafá riu novamente.
- Porque não temos vontade nenhuma de nos fazer estrangular - respondeu. - Acreditamos na felicidade
e na estabilidade. Uma sociedade composta de Alfas não poderia deixar de ser instável e miserável.
Imagine uma fábrica onde todo o pessoal fosse constituído por Alfas, quer dizer, por indivíduos
distintos, sem relações de parentesco, de boa hereditariedade e condicionados
de forma a serem capazes (dentro de certos limites) de escolher livremente e de arcar com
responsabilidades. Imagine isso ! - repetiu.
O Selvagem tentou imaginar, mas sem grande sucesso.
- É um absurdo. Um homem decantado em Alfa, condicionado em Alfa, enlouqueceria se tivesse de
fazer o trabalho de um Epsilão semiaborto, enlouqueceria ou começaria a destruir tudo. Os Alfas
podem ser completamente socializados, mas com a condição de só os obrigarem a fazer trabalhos de
Alfas. Só a um Epsilão se pode pedir que faça os sacrifícios de um Epsilão, pela boa razão de que se
não trata de sacrifícios. É a linha ' da menor resistência. O seu condicionamento traçou a via que terá de
percorrer. Não tem outro remédio, está fatalmente predestinado. Mesmo depois da decantação, está
sempre dentro de uma proveta, de uma invisível proveta de fixações infantis e embrionárias. Cada um
de nós, já se vê - prosseguiu meditativamente o Administrador -, atravessa a vida dentro de uma
proveta. Mas se acontece sermos Alfas, a nossa proveta, relativamente, é enorme. Sofreríamos
intensamente se estivéssemos condicionados num espaço mais limitado. Não se pode deitar
pseudochampanhe para castas superiores em provetas da casta inferior. É teoricamente evidente. Mas é
coisa que está igualmente demonstrada na vida real. O resultado da experiência de Chipre foi
convincente.
- Masque experiência foi essa? -perguntou o Selvagem. Mustafá Mond sorríu.
- Pode-se, sem dúvida e se o quisermos, designá-la como uma experiência de reemprovetamento. A
experiência começou no ano 473 de N. F. Os Administradores fizeram evacuar da ilha de Chipre os
habitantes existentes e recolonizaram-na com um lote especialmente preparado de vinte e dois mil
Alfas. Confiou-se-lhes um equipamento agrícola e industrial muito completo e deixou-se-lhes a
responsabilidade de gerirem os seus negócios. Os resultados estiveram em completo acordo com todas
as previsões teóricas. A terra não foi convenientemente trabalhada, houve greves em todas as fábricas,
as leis valiam menos que nada, desobedeciam às ordens dadas, todas as pessoas destacadas para
efetuar uma missão de categoria inferior passavam o tempo a fomentar intrigas, tentando obter
trabalho de categoria mais elevada, e todas as pessoas dos cargos superiores fomentavam contraintrigas
para poderem continuar, por qualquer preço, nos lugares que ocupavam. Em menos de seis
anos estavam embrulhados numa guerra civil de primeira ordem. Quando, dos vinte e dois mil, foram
mortos dezenove mil, os sobreviventes fizeram uma petição unânime aos Administradores Mundiais a
fim de estes retomarem o governo da ilha. Foi o que se fez. E assim terminou a única sociedade de
Alfas de que o mundo teve conhecimento.
O Selvagem soltou um profundo suspiro.
- A população ótima - continuou Mustafá Mond - deve obedecer ao modelo do iceberg: oito nonos
abaixo da linha de flutuação, um nono acima da linha.
- E os que estão abaixo da linha de flutuação sentem-se felizes?
Maisfelizes que os de cima. Mais felizes que os seus dois amigos que estão aqui, por exemplo. - E
apontou-os com o dedo.
- Apesar do trabalho horrível?
- Horrível? Mas essa não é a opinião deles. Pelo contrário, agrada-lhes. É leve e de uma simplicidade
infantil. Nenhum esforço excessivo nem para o espírito, nem para os músculos. Sete horas e meia de
um trabalho leve, nada esgotante, e depois a ração de soma, os desportos, a cópula sem restrições e o
cinema perceptível. Que mais podiam eles pedir? É certo - acrescentou - que poderiam pedir uma
jornada de trabalho mais curta. E, bem entendido, podíamos conceder-lha. Tecnicamente, seria
perfeitamente possível reduzir a três ou quatro horas a jornada de trabalho das castas inferiores. Mas
isso torná-las-ia mais felizes? Não, em nada. A experiência foi tentada há mais de século e meio. Toda
a Irlanda foi colocada no regime da jornada de quatro horas. E qual foi o resultado? Perturbações e um
acréscimo notável do consumo de soma. Mais nada. Estas três horas e meia de folga suplementar
estavam tão longe de ser uma fonte de felicidade que as pessoas se viam obrigadas a evadir-se pelo
soma. O Gabinete de Invenções regurgitava de planos de dispositivos destinados a poupar a mão de obra.
Há milhares.
- Mustafá Mond fez um gesto largo. - E porque não os pomos em execução? Para bem dos
trabalhadores. Seria pura crueldade
proporcionar-lhes folgas excessivas. E acontece o mesmo com a agricultura. Poderíamos fabricar por
síntese a mais ínfima parcela dos nossos alimentos, se o quiséssemos. Mas não o fazemos. Preferimos
conservar no trabalho da terra um terço da população. Para seu próprio bem, porque é preciso mais
tempo para obter os elementos a partir da terra do que utilizando as fábricas. Além de que precisamos
de pensar na nossa estabilidade. Não queremos mudar. Qualquer mudança é uma ameaça para a
estabilidade. Aqui está uma outra razão para que estejamos tão pouco inclinados a utilizar invenções
novas. Qualquer descoberta da ciência pura é potencialmente subversiva; qualquer ciência tem de ser,
às vezes, tratada como um possível inimigo. Sim, mesmo a ciência.


A ciência? O Selvagem franziu os sobrolhos. Conhecia a palavra. Mas o que realmente significava,
John não o sabia. Nem Shakespeare nem os velhos do pueblo tinham mencionado a ciência e de Linda
recebera apenas indicações muito vagas: a ciência é qualquer coisa com que se fazem os helicópteros,
qualquer coisa que faz que nós zombemos das Danças do Trigo, qualquer coisa que nos impede de criar
rugas e de perder os dentes. Fez um esforço desesperado para entender o que o Administrador queria
dizer.
- Sim - dizia Mustafá Mond -, esta é outra parcela no passivo da estabilidade. Não é apenas a arte que é
incompatível com a felicidade. Há também a ciência. A ciência é perigosa; somos obrigados a mantê-la
cuidadosamente acorrentada e amordaçada.
- Como? - interveio Helmholtz admiradíssimo. - Mas nós repetimos continuamente que a ciência é tudo
no mundo. É um truísmo hipnopédico.
- Três vezes por semana, dos treze aos dezessete anos - precisou Bernard.
- E toda a propaganda científica que efetuamos no colégio...
- Sim, mas que espécie de ciência? - perguntou sarcasticamente Mustafá Mond. - Você não recebeu
cultura científica, de maneira que não está em condições de julgar. Pela minha parte, era muito bom
físico, nos meus tempos. Muito bom, suficientemente bom para me aperceber de que toda a nossa
ciência não passa, afinal, de um livro de cozinha, com uma teoria ortodoxa da arte culinária de que
ninguém tem o direito de duvidar e uma lista de receitas às quais é preciso nada acrescentar, a não ser
com a autorização especial do Primeiro Chefe. Agora, sou eu o Primeiro Chefe. Mas houve tempo em
que não passava de um jovem bicho de cozinha, cheio de curiosidade. E comecei a cozinhar à minha
maneira. Cozinha heterodoxa, cozinha ilícita. Um pouco de ciência verdadeira, em suma. - Calou-se.
- E que lhe aconteceu? - perguntou Helmholtz Watson.
O Administrador suspirou.
- Mais ou menos o que lhes vai acontecer, meus jovens amigos. Estive quase a ser enviado para uma
ilha.
Estas palavras galvanizaram Bernard, provocando nele uma atividade violenta e fora do vulgar.
- Enviar-me para uma ilha, a mim? - Levantou-se num salto, atravessou a sala a correr e parou,
gesticulando, diante do Administrador. - O senhor não me poderá mandar. Não fiz nada. Foram os
outros. juro que foram os outros. - E apontava com dedo acusador Helmholtz e o Selvagem. - Oh!,
peço-lhe, não me mande para a Islândia. Prometo fazer tudo o que devo fazer. Dê-me ainda outra
oportunidade de me emendar. Peço-lhe, dê-me uma oportunidade! - Começaram a correr-lhe as
lágrimas. - É culpa deles, já lhe disse - soluçou. - E não para a Islândia. Oh! Suplico-lhe, Sua Forderia,
suplico-lhe... - E, num paroxismo de baixa humildade, atirou-se de joelhos aos pés do Administrador.
Mustafá Mond tentou obrigá-lo a levantar-se; mas Bernard persistiu na sua atitude. O fluxo de palavras
corria inesgotavelmente. Por fim o Administrador viu-se obrigado a tocar para chamar o seu quarto
secretário.
- Traga três homens - ordenou - e leve o senhor Marx para um quarto de dormir. Dê-lhe uma boa
vaporização de soma, meta-o depois na cama e deixe-o só.
O quarto secretário saiu para voltar com três criados gêmeos de uniforme verde. Arrastaram Bernard,
que continuava a gritar e a soluçar.
- Dir-se-ia que o vão estrangular - comentou o Administrador, depois de a porta se ter fechado. - Se ele
tivesse a mais leve parcela de bom senso, compreenderia que o castigo é, na realidade, uma
recompensa. Mandamo-lo para uma ilha. Quer dizer, mandamo-lo para um lugar onde estará em
contacto com
a mais interessante sociedade de homens e mulheres existente em qualquer parte do mundo, todas as
pessoas que, por esta ou aquela razão, tomaram individualmente excessiva consciência do seu eu para
poderem adaptar-se à vida em comum, todas as pessoas insatisfeitas com a ortodoxia, que têm ideias
independentes, bem pessoais, todos aqueles que, numa palavra, são alguém. Nem sei mesmo a razão
por que o não mando para lá, senhor Watson.
Helmholtz riu-se.
- Então qual a razão por que não está o senhor numa ilha?
- Porque, no fim de contas, preferi isto - respondeu o Administrador. - Deram-me a escolher: ser
enviado para uma ilha, onde me seria possível continuar os meus estudos de ciência pura, ou então ser
admitido no Conselho Supremo, com a perspectiva de ser promovido em tempo oportuno a um cargo
de Administrador. Escolhi isto e abandonei a ciência. - Depois de um breve silêncio, acrescentou: - Às
vezes tenho pena de ter deixado a ciência. A felicidade é uma soberana exigente, sobretudo a felicidade
dos outros. Uma soberana bastante mais exigente, se não estamos condicionados para a aceitar sem
discussões, que a verdade. - Suspirou, recaindo no silêncio. Depois continuou em tom vivaz: - Enfim, o
dever é o dever. Não se pode consultar as preferências pessoais. Interesso-me pela verdade, amo a
ciência. Mas a verdade é uma ameaça, a ciência é um perigo público. Ela é atualmente tão perigosa
como já foi benfazeja. Deu-nos o equilíbrio mais estável que a história registrou. O da China era, em
comparação, desesperadamente pouco firme; até os matriarcados primitivos não estavam tão firmes
como nós o estamos. Graças, repito-o, à ciência. Mas não podemos permitir à ciência que desfaça o
bom trabalho que realizou. Aqui está porque estabelecemos com tanto cuidado os limites das suas
investigações, eis porque estive prestes a ser enviado para uma ilha. Apenas lhe permitimos que se
ocupe dos problemas mais urgentes do momento. Todas as outras pesquisas são cuidadosamente
desencorajadas. É curioso -continuou depois de uma curta pausa - ler o que se escrevia na época de
Nosso Ford acerca do progresso científico. Parece que pensavam que se lhe podia permitir que se
processasse indefinidamente, sem consideração por qualquer outra coisa. O saber era o deus mais
alto, a verdade o valor supremo. Tudo o mais era secundário e subordinado. É verdade, também, que as
ideias começaram a modificar-se a partir dessa época. Nosso Ford fez muito para tirar à verdade e à
beleza a importância que lhe concediam, transferindo essa importância para o conforto e para a
felicidade. A produção em massa exigia esta transferência. A felicidade universal mantinha as
engrenagens em funcionamento muito regular, a verdade e a beleza não eram capazes de tal. E,
esclareça-se, cada vez que as massas se apoderavam do poder político ' era a felicidade, mais que a
verdade e a beleza, o que importava. Todavia, e apesar de tudo, as investigações científicas sem
restrições eram ainda autorizadas. Continuava-se sempre a falar da verdade e da beleza como se fossem
os bens supremos. Até à época da Guerra dos Nove Anos, que os forçou a falar noutro tom, posso
garantir-lhes! Que sabor podem ter a verdade ou a beleza quando as bombas de antracite rebentam à
nossa volta? Foi então que a ciência começou a ter as rédeas apertadas, depois da Guerra dos Nove
Anos. Nesse momento as pessoas estavam até dispostas a deixar encurtar as rédeas ao apetite. Fosse o
que fosse, desde que pudessem viver sossegadas. Desde então continuamos a apertar as rédeas. Isso
não foi lá grande coisa para a verdade, claro. Mas foi excelente para a felicidade. É impossível
conseguir-se alguma coisa por nada. A felicidade tem de ser paga. O senhor paga, senhor Watson, o
senhor paga porque me parece que se interessa excessivamente pela beleza. Eu interessava-me muito
pela verdade. Por isso também paguei.
- Mas o senhor não foi para uma ilha - disse o Selvagem, quebrando um longo silêncio.
O Administrador sorriu.
- Foi desta forma que eu paguei. Escolhendo servir a felicidade. A dos outros, não a minha. Ainda bem
- acrescentou depois de um silêncio - que há tantas ilhas no mundo. Não sei que faríamos sem elas.
Seríamos obrigados a metê-los todos na câmara de gás, suponho. A propósito, senhor Watson, agradar-lhe-
ia uma ilha de clima tropical? As Marquesas, por exemplo? Ou Samoa? Ou ainda qualquer coisa
mais excitante?
Helmholtz levantou-se da poltrona pneumática.
- Gostaria mais de um clima fundamentalmente mau respondeu. - Parece-me que se poderia escrever
melhor num
clima mau. Se lá houvesse vento e tempestades em abundância, por exemplo...
O Administrador manifestou a sua aprovação com um sinal de cabeça.
- A sua coragem agrada-me, senhor Watson. Agrada-me extraordinariamente. Tanto quanto a
desaprovo oficialmente. Sorriu. - Que pensaria das ilhas Falkland?
- Sim, parece-me que me servirão - concordou Helmholtz.
- E agora, se me dá licença, vou ver o que é feito desse pobre Bernard.

CAPÍTULO DÉCIMO SÉTIMO
- A arte, a ciência. Parece-me que pagou a sua felicidade por bom preço - disse o Selvagem quando
ficaram sós. - E é tudo?
- Mas há ainda a religião, é claro - respondeu o Administrador. - Outrora havia qualquer coisa que se
chamava Deus, antes da Guerra dos Nove Anos. Mas estava a esquecer-me: o senhor sabe bem o que é
Deus, não? ...
- Francamente... - O Selvagem hesitou. Teria querido dizer algumas palavras acerca da solidão, da
noite, da mesa estendendo-se, esbranquiçada, sob o luar, do precipício, do mergulho cheio de sombras,
da morte. Teria querido falar. Mas não encontrou palavras. Nem sequer em Shakespeare.
O Administrador tinha entretanto atravessado a sala e abria um grande cofre-forte embutido na parede
entre as estantes de livros. A pesada porta abriu-se. Tacteando na obscuridade do cofre, disse: - É um
tema que sempre me interessou vivamente. - Tirou um grosso volume preto. - Você nunca leu isto, por
exemplo.
O Selvagem pegou no livro. - A Santa Bíblia, Contendo o Velho e o Novo Testamento - leu alto na
página do título.
- Nem isto. - Era um livro pequeno, que tinha perdido a capa. A imitação de Jesus Cristo. - Nem isto. -
Estendeu um outro volume. - As Variedades da Experiência Religiosa, por William James. - E há ainda
montões - continuou Mustafá Mond, voltando à sua poltrona. - Uma coleção completa de velhos
livros pornográficos. Deus no cofre-forte e Ford nas estantes. - Apontou, rindo, a sua biblioteca, as
estantes carregadas de livros, os armários pejados de bobinas para máquinas de leitura e de cilindros de
impressão sonora.

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