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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O pós-moderno – Jean-François Lyotard


Citações
“...a questão do vínculo social, enquanto questão, é um jogo de linguagem, o da interrogação, que posiciona imediatamente aquele que a apresenta, aquele a quem ela se dirige e o referente que ela interroga: esta questão já é assim o vínculo social.”  [29]

“...os enunciados de comando nas forças armadas, de prece nas igrejas, de denotação nas escolas, de narração nas famílias, de interrogação nas filosofias, de desempenho nas empresas... A burocratização é o limite extremo dessa tendências”  [32]

“O saber não é a ciência, sobretudo em sua forma atual; e esta, longe de poder ocultar o problema de sua legitimidade, não pode deixar de apresentá-lo em toda sua amplitude, que não é menos sociopolítica que epistemológica.  Precisemos, de início, a natureza do saber narrativo; este exame permitirá, por comparação, discernir melhor pelo menos certas características da forma de que se reveste o saber científico na sociedade contemporânea.”  [35]


“O saber geral não se reduz à ciência, nem mesmo ao conhecimento.  O conhecimento seria o conjunto dos enunciados que denotam ou descrevem objetos, excluindo-se todos os outros enunciados, e suscetíveis de serem declarados verdadeiros ou falsos.  A ciência seria um subconjunto do conhecimento.  Feita também de enunciados denotativos, ela imporia duas condições suplementares à sua aceitabilidade: que os objetos aos quais ele se referem sejam acessíveis recursivamente, portanto, nas condições de observação explícitas; que se possa decidir se cada um destes enunciados pertence ou não pertence à linguagem considerada como pertinente pelos experts.”  [35]

“...o saber é aquilo que torna alguém capaz de proferir ‘bons’ enunciados denotativos, mas também ‘bons’ enunciados prescritivos, avaliativos... Não consiste numa competência que abranja determinada espécie de enunciados, por exemplo, os cognitivos, à exclusão  de outros.  Ao contrário, permite ‘boas’ performances a respeito de vários objetos de discursos:  a se conhecer, decidir, avaliar, transformar... Daí  resulta uma de suas principais características:  coincide com uma “formação” considerável de competência , é a forma única encarnada em um sujeito, constituído pelas diversas espécies de competência que o compõe.”  [36]

“O saber...determina...o que é preciso dizer para ser entendido, o que é preciso escutar para poder falar e o que é preciso representar (sobre a cena da realidade diegética) para poder se constituir no objeto de um relato.”  [39]

“...a ciência pós-moderna torna a teoria de sua própria evolução descontínua, catastrófica, não reitificável, paradoxal.  Muda o sentido da palavra saber e diz como esta mudança pode se fazer.  Produz, não o conhecido, mas o desconhecido.  E sugere um modelo de legitimação que não é de modo algum o da melhor performance, mas o da diferença compreendida como paralogia.”  [108]

“P. B. Medawar dizia que ‘ter ideias é o supremo êxito para um cientista’, que não existe ‘método científico’ e que um cientista é em princípio alguém que ‘conta histórias’, cabendo-lhe simplesmente verificá-las.”  [108]



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