Quem ama literatura não estuda literatura - Joel Rufino dos Santos

Citações 

"algumas vezes encontramos alunos muitos mais sábios que os professores e o que lhes falta é alguém que os oriente na busca das perguntas para as respostas que já possuem ter".

" Professor é o aluno que não quis sair da escola." [12]

"Literatura, a arte de provocar com palavras o gozo de fingir que se sofre". [13]

"Amar literatura é um vício, o do gozo fingido." [14]

"A grandeza do homem consiste precisamente em querer melhorar a si mesmo." [21]

"Não existe ser humano sem arte, porque toda pessoa desde o berço até o túmulo procura sensações agradáveis." [23]


"Num texto literário a forma se torna esteticamente válida na medida em que pode ser vista e compreendida, manifestando riquezas de aspectos e ressonâncias, sem deixar de ser jamais ela própria. " [27]

"A literatura é fechada na sua forma e aberta na sua fruição." 

"A ciência e a técnica se tornaram uma nova dimensão do homem, assim como a teia é parte da aranha e a concha do caramujo." [30]

"A arte, a religião, o amor, a magia, a droga, a literatura não por acaso têm algo em comum: estão presentes no plano anterior da existência como aventura existencial." [31]

"A religião é um estado de literatura, o impulso que conduz a uma é o mesmo que conduz à outra. [31]

"A ciência não é o conhecimento, é apenas o método, em constante aperfeiçoamento, em contingência, para chegar ao conhecimento. O conhecimento está sempre além a ciência". [33-34]

"Filosofia é o exercício de pensar qualquer coisa, qualquer assunto, em busca de seu contexto, de sua relação com outras coisas e assuntos de seu correspondente em outros campos do saber - do seu significado humano, em suma.  Estranhar é pois o primeiro passo da filosofia".  [35]

"Embora Charles Darwin não tenha sido nenhum gênio em inteligência e cultura, conhecer o conjunto de problemas trazidos por sua vida e obra é necessário para enxergar o subsolo da criação artística e literária da segunda metade do séc XIX, na Europa, de que éramos importantes literários, bem como, nossa própria literatura". [60]

"Para Karl Marx todas as lutas políticas, por mais variadas e complexas que sejam, giram em torno do poder social e político das diferentes classes sociais: as classes caducas tudo fazem para conservar o poder, as novas para conquistá-lo".  [62]

"Dialética é a arte de averiguar a verdade por meio da discussão, cada oponente buscando desentranhar as contradições implícitas na argumentação do outro".  [64]

"O trabalho do homem sobre a natureza vai sendo substituído, graças, sobretudo, à revolução digital, pelo trabalho sobre o trabalho, criando uma outra totalidade, capaz de mudar o homem e seu entorno". [67]

"Trabalho, a garantia de não morrer de fome é obtida em troca do risco de morrer de tédio". [69]

"Práxis, arte de pensar o mundo e pensar-se a si mesmo". [79]

"Talvez a única grande valia das obras de arte seja revelar o que está por detrás das aparências". [101]

"Objeto essencial da literatura: alterar nossa maneira de ver o mundo". [102]

"Para haver a poesia é preciso haver o desejo". [109]

"Amor só faz sentido à luz do desejo". [110]

"Um texto só se alça à categoria de literário quando não é ilustração de nada, quando agrega valor - tomemos emprestada esta expressão dos economistas - à análise do real.  O texto literário não apenas informa sobre a realidade, cria uma realidade extra, uma prótese do real que nos serve para melhor enxergar o real.  É a estranheza". [116]

"A literatura seduz - seducere: desviar do caminho.  Ninguém nos obriga a ler romances, poemas, ver peças, filmes, telenovelas, contemplar esculturas e telas, ouvir música.  Assim, se poderia definir literatura como um jogo inútil e perigoso a que não resistimos".  [117]

"O conhecimento do professor vem do que ele conhece das circunstâncias de sua produção - circunstâncias históricas, sociológicas, políticas.  O discurso do aluno e do professor são externos e tem o mesmo valor, só não o mesmo poder".  [127]

"Literatura é a arte de encantar com palavras". [134]

"O que marca os bons romances é a incompletude (de propostas)".  [136]

"Não é a pessoa física quem escreve, o escritor, é o autor, uma segunda pessoa escondida dentro da gente". [146]