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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Saudoso recanto - Aluna: Leslly da Silva Massalino

Faz muitos anos que moro em Santa Luzia do Norte. Antigamente existiam poucas
casas. Quando caía a noite, nesse saudoso recanto, conversávamos sobre lendas, casos
acontecidos durante o dia, conversas de compadres e comadres, como se dizia.
Quando criança, brincava de pega-pega, pular corda, essas brincadeiras seguiam de
quintal em quintal, até que se ouvia a voz de mamãe chamando para entrar, já que a noite
se aproximava e a luz era de candeeiro.
O cheiro quente e gostoso da comida tratava de convencer-me, se as tentativas de minha
mãe não conseguissem. Ah, que lembrança gostosa! Tudo feito no fogão a lenha!
A casa onde morávamos era pequena e de taipa, “casa feita artesanalmente de barro e
madeira”, nela só existiam três cômodos. Da cozinha via-se o quintal, celeiro de grandes
momentos de felicidade, pequeno com um imenso pé de jambo.
A ida à escola era uma festa, a não ser os momentos de sufoco pelos quais passava
quando tinha que repetir, exaustivamente, a tabuada. Se não conseguisse, viria o inevitável:
o temido castigo.
Quando a luz elétrica chegou aqui ao município, foi um acontecimento: dormimos à luz
de lamparinas e acordamos à luz da eletricidade.
Algumas poucas casas tinham televisores e, claro, nelas aglomeravam-se muita gente
para se encantar com as maravilhas proporcionadas pela tecnologia.
E só se ouviram as falações: “Como é que aparece esse povo ai falando de tão longe!”
Por volta de 1990 consegui minha primeira TV, foi realmente um progresso. Senti como
se o mundo entrasse todos os dias dentro da minha casa.
Minha cidade é, ainda hoje, pouco desenvolvida, mas repleta de antigas histórias que
habitam na memória de quem até hoje reside nela.

(Texto baseado na entrevista feita com a sra. Zeferina Rosa da Silva, 70 anos.)
Professora: Darlene Gomes da Silva
Escola: E. M. de 1º- Grau Santa Luzia de Siracusa • Cidade: Santa Luzia do Norte – AL

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