Total de visualizações de página

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Histórias de um avô Aluno: Maciel Rodrigues de Sousa Júnior

Há sessenta anos Souzânia era uma cidade de interior muito diferente daquelas que
temos hoje. E como as coisas mudaram... No meu tempo as pessoas sabiam se divertir de
verdade. O dia começava com o canto do galo para despertar todo mundo e as crianças que
iam para a escola guardavam na capanga o dever enquanto a mamãe arrumava a merenda.
A cidade se resumia à igreja, poucas casas e uma vendinha. Nas pequenas ruas de terra
onde a gente andava a cavalo e jogava bolinha de gude não havia cinemas, shoppings ou lan
house. Bola, a gente jogava na rua, e quando aparecia um carro apostávamos corrida com ele.
Minhas tardes eram feitas das aventuras de menino, eu não tinha computador, videogame,
nem muitos brinquedos, mas me divertia um bocado subindo para pegar fruta no pé e
saltando nos rios...
Quando eu fiquei crescido vieram as obrigações de adulto: cuidar da fazenda, do gado,
da ordenha... O trabalho difícil era recompensado pelo pão de queijo e pelo cheiro do café
quentinho, feito no fogão a lenha da casa tão simples.
Na varanda, sentado no chão, eu ouvia as modas que o papai cantava enquanto o vovô
tocava a viola. O pessoal ia se reunindo, os filhos respeitavam os pais, velhice era sinônimo
de sabedoria... Naquele tempo televisão era só sonho.
A casa ia aos poucos ficando quieta e, enquanto eu ia para a cama, papai apagava as
velas e a lamparina. Energia elétrica a gente não tinha, refrigerante era presente de aniversário
e ônibus, coisa da capital...
As coisas foram mudando. Veio a internet, e o progresso trouxe o conforto, tudo mudou,
mas às vezes penso que o tempo levou com ele o que todo mundo do meu tempo
sabia bem: é preciso bem pouco para ser feliz.

(Texto baseado na entrevista feita com o sr. José Elias Mendonça, 70 anos.)
Professora: Ádria Lorena Oliveira
Escola: Colégio da Polícia Militar de Goiás, Unidade Dr. Cezar Toledo • Cidade: Anápolis – GO

Nenhum comentário: