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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Belezas da Cidade Mel - Aluno: Jonas Teixeira Ignácio


A cidade onde vivo é um berço de culturas, costumes diversos e belezas inigualáveis. Da nossa terra pura, doce e amendoada nascem os frutos valorosos, alimentados no seio caloroso
de Içara. As pessoas vivem saciadas e ditosas aqui, na união da boa terra, no ventre quente do amor. O lugar onde vivo é alegre e luminoso, cheio de pássaros admirados pelo belíssimo
canto, árvores e flores de todos os tipos, tons ou formas.
Aqui as conversas amigáveis desenrolam-se em lugares pouco inusitados e cotidianos:
nos bares de esquina agitados pelo forte aroma do álcool, nas lavouras imensas que sustentam muitas famílias, nos banquinhos de praça cimentados, no frenesi das filas de ônibus e
também nos deliciosos e revigorantes passeios matinais.

A bola corre solta por aqui. Menino ou menina, todos jogam com a mesma destreza,
sem nenhuma distinção. O futebol, seja em campinho de areia, seja em gramado, é a paixão
das nossas crianças. Vê-las correndo, dando sangue e suor pela posse da bola de gomos,
é indescritível. A poeira cintilante levantada pela paixão a este objetivo pulsa firme nos
corações e, de grão em grão, de sonho em sonho, decai lentamente no colo da irmã areia
que conforta seu suor e suas lágrimas em seus doces e carinhosos sulcos.
No fim da partida as crianças estão com a pele melada pela combinação de terra e
suor, seus cabelos emaranhados em contraste com o vento afeiçoam seus lindos rostinhos,
mas mesmo sujas é notável sua alegria inabalável. E assim elas retornam para casa: ofegantes
e decididas, um sorriso no rosto leve e delicado.
Quando amanhece e a brisa da noite se extingue, o trem aparece e felicita os moradores
com seu apito ensurdecedor e melodioso. A fumaça brumosa deixada por ele flutua levemente
até pender graciosa nos trilhos cor de mel. O café neste momento ferve e borbulha
quente e úmido, como nossos corações ávidos por amor.
O suor dos dias de trabalho nas lavouras escorrega da face cansada e penetra com
suavidade no solo, metamorfoseando-se lentamente no mel puro, que existe só aqui, neste
lugar de encantamentos, belezas e terna magia, rotulada a cidade mais doce do Brasil.
Um dia, quem sabe, lá no futuro, quando tudo estiver completamente mudado, se possa
olhar para tudo isso e sentir grandes e vãs saudades. Queira Deus que lágrimas quentes
desçam dos meus olhos e salguem minha face, para que eu me recorde que nada disso foi
mera ilusão. As lágrimas serão as únicas lembranças do mel puro e da terra doce, nascidas
no seio da mãe Içara, que me acalentava e afagava meus medos e inseguranças, na minha
pobre e frágil inocência...

Professora: Silesia Pizzeti Augustinho
Escola: E. M. E. F. Maria Arlete Bitencourt Lodetti • Cidade: Içara – SC

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