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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley [ parte 25]

CAPÍTULO OITAVO

Fora, no meio da poeira e por cima das imundícies - havia agora quatro cães -, Bernard e john
passeavam lentamente de um lado para o outro.
- É para mim tão difícil de compreender - dizia Bernard de tudo imaginar... Como se vivêssemos em
planetas diferentes em séculos diferentes. Uma mãe e toda esta porcaria, e além disso os deuses, a
velhice e a doença... - Abanou a cabeça. - quase inconcebível. Nunca chegarei a compreender, a não ser
que você mo explique.
- Explicar o quê?
- Isto. - Designou o pueblo. - Aquilo. - E desta vez era a casinha fora da aldeia. - Tudo. Toda a sua
vida.
- Mas que devo dizer-lhe?
- Desde o princípio. Desde a época mais longínqua que seja capaz de recordar.
Houve um longo silêncio.
Estava muito calor. Eles tinham comido muitas tortillas e trigo com açúcar. Linda disse-lhe: - Vem
deitar-te, bebé. Ambos se deitaram juntos na cama grande. - Canta. - E Linda cantou: "No meu
estreptococo alado, voai para Banbury-T" e, "Boa viagem, bebezinho, em breve serás decantado". A
sua voz foi-se tornando mais e mais fraca ...
Ouviu-se um grande estrépito, e ele acordou sobressaltado. Um homem estava de pé ao lado da cama,
enorme, pavoroso. Dizia'qualquer coisa a Linda, e Linda ria. Ela tinha puxado as cobertas até ao
queixo, mas o homem destapou-a. Os cabelos do homem pareciam duas cordas pretas e em torno do
braço trazia uma belíssima pulseira de prata onde se destacavam pedras azuis. john gostava muito da
pulseira, mas, apesar de tudo, tinha medo e escondeu o rosto contra o corpo de Linda. Linda pousoulhe
a mão no corpo e ele sentiu-se melhor e em segurança. Empregando a outra maneira de falar que
ele não compreendia tão perfeitamente, ela disse ao homem: - Sim, mas não na presença de john.
- O homem olhou-o, depois voltou a contemplar de novo Linda e disse algumas palavras em voz doce.
Linda disse: - Não. - Mas o homem inclinou-se para ela, sobre a cama. A sua cara era enorme, terrível;
as cordas pretas do seu cabelo roçavam as cobertas. - Não - repetiu Linda. Ele sentiu que a mão dela o
apertava com mais força. - Não! Não! - Mas o homem agarrou-o por um braço, e isso doía. Gritou. O
homem estendeu a outra mão e levantou-o. Linda continuava a segurá-lo e continuava a dizer: - Não,
não. - O homem disse qualquer coisa breve, furioso, e de súbito as mãos de Linda abandonaram-no. -
Linda, Linda! - Ele esperneou, torceu-se, mas o homem levou-o através do quarto até à porta que abriu,
deitou-o no chão no meio do outro aposento e fechou a porta atrás dele. Levantou-se e correu para a
porta. Erguendo-se na ponta dos pés, conseguiu alcançar, a custo, o grande trinco de madeira.
Levantou-o e empurrou, mas a porta não se abriu. Linda! - gritou. Ela não respondeu. Ele lembrava-se
de um imenso compartimento, bastante sombrio. Havia grandes máquinas de madeira, a que estavam
atados cordões, e ranchos de mulheres de pé, em roda, teciam cobertas, segundo dizia Linda. Linda
mandou-o sentar-se no canto com as outras crianças, enquanto ela ia ajudar as mulheres. Durante um
bom pedaço de tempo brincou com os rapazinhos. De súbito todos começaram a falar muito alto. As
mulheres empurravam Linda, e Linda chorava. Ela dirigiu-se para a porta e ele correu atrás dela. Aí
perguntou-lhe a razão da zanga das mulheres. - Porque parti uma peça qualquer - foi a resposta. E então
ela também se zangou. - Como saberei eu arranjar-me com esta porcaria da tecelagem? - gritava ela. -
Selvagens nojentos! - Quando chegaram a casa, Popé esperava-os à porta
e entrou com eles. Havia uma grande cabaça cheia de uma substância que parecia água; mas'não era
água, era qualquer coisa que cheirava mal, que queimava a boca e fazia tossir. Linda bebeu e Popé
também bebeu. Então Linda riu-se muito e falou muito alto. Depois ela e Popé foram para o outro
compartimento. Quando Popé se foi embora, ele entrou. Linda estava na cama, tão profundamente
adormecida que não a conseguiu acordar.
Popé vinha muitas vezes. Dizia ele que a substância que estava na cabaça se chamava mescal, mas
Linda dizia que deveria chamar-se soma; era uma coisa que deixava as pessoas doentes depois de a
beberem. Ele detestava Popé. Detestava-os a todos, a todos os homens que vinham visitar Linda. Uma
tarde em que tinha brincado com as outras crianças - lembrava-se de que estava frio e havia neve nas
montanhas - regressou a casa e ouviu vozes exaltadas no quarto de dormir. Eram vozes de mulheres e
diziam palavras que ele não compreendia. Mas sabia que eram palavras feias. Depois, de súbito - flac -,
e houve qualquer coisa que caiu; ouviu pessoas ir e vir rapidamente, ouviu-se um novo «flac» e depois
um rumor semelhante ao que se produz quando se bate num animal, mas não tão seco. Então Linda
gritou: Oh! Não, não, não! - Ele precipitou-se para o quarto, a correr. Havia lá três mulheres cobertas
com xales escuros. Linda estava estendida na cama. Uma das mulheres segurava-lhe os pulsos. Uma
outra estava deitada, atravessada sobre as suas pernas, de modo que ela não pudesse dar pontapés. A
terceira fustigava-a com um chicote. Uma, duas, três vezes. E de cada vez Linda gritava. Chorando, ele
puxou as franjas do xale da mulher. - Suplico-lhe, suplico-lhe! - Com a mão livre, a mulher manteve-o
à distância. O chicote caiu e Linda-gritou outra vez. Ele agarrou com ambas as mãos a mão bronzeada
da mulher e mordeu-a com todas as suas forças. Ela deu um grito, libertou a mão com um safanão e
empurrou-o com tanta violência que o fez cair. Enquanto estava caído no chão, deu-lhe três chicotadas.
Isso doeu-lhe mais que tudo o que jamais sentira, tanto como fogo.
O chicote silvou outra vez e abateu-se. Mas desta vez foi Linda que gritou.
- Mas porque te bateram elas, Linda? - perguntou ele nessa noite.
Ele chorava porque as marcas vermelhas do chicote nas costas lhe doíam horrivelmente. E chorava
também por as pessoas serem tão más e tão Injustas e por ser apenas um rapazinho e não poder fazer
nada contra elas. Linda também chorava. Ela era adulta, mas não era suficientemente forte para poder
lutar contra as três. Para ela também não era justo.
Porque te bateram elas, Linda? Não sei. Como poderei saber? - Era difícil perceber o que ela dizia,
porque estava deitada de bruços e tinha a cabeça enterrada no travesseiro. - Elas diziam que estes
homens eram os seus homens - continuou.
E não era a ele que se dirigia. Parecia falar a alguém que estivesse dentro dela mesma. Um longo
discurso de que ele não compreendeu nada, e, a terminar, recomeçou a chorar mais fortemente que
nunca.
- Oh! Não chores mais, Linda. Não chores mais! Apertou-se contra ela. Passou-lhe o braço em volta do
pescoço. Linda deu um grito: - Ah! Tem cuidado. O meu ombro! Oh! - E afastou-o brutalmente. Bateu
com a cabeça na parede.
- Imbecilzinho! - gritou ela. - E depois, de repente, começou a esbofeteá-lo.
- Linda! - gritou ele. - Oh! Mamã, não faças isso!
- Eu não sou tua mãe! Não quero ser tua mãe!
- Mas Linda ... Oh! - Ela deu-lhe outra bofetada.
- Transformada em selvagem - vociferou. - Ter filhos, como um animal! ... Se tu não existisses, poderia
ter ido procurar o inspetor e teria podido partir. Mas não com um bebé. Teria sido excessivamente
vergonhoso.
Viu que ela lhe ia bater outra vez e levantou o braço para defender a cara.
- Oh! Não, Linda, não, peço-te!
- Animalzinho! Baixou-lhe o braço, descobrindo o rosto.
- Não, Linda! Fechou os olhos, esperando o golpe. Mas ela não lhe bateu. Depois de um instante,
reabriu os olhos e viu que ela o contemplava. Tentou sorrir-lhe. Repentinamente ela envolveu-o nos
braços e cobriu-o de beijos.
Linda ficava às vezes muitos dias quase sem sair da cama. Ficava deitada, agarrada à sua tristeza. Ou
então bebia o líquido que Popé trazia, ria desmedidamente e adormecia. Algumas vezes sentia- se
doente do coração. Muitas vezes esquecia-se de se levantar e só havia tortillas frias para comer ...
Ele ainda se lembrava da primeira vez que ela lhe tinha encontrado no cabelo aqueles bichinhos e de
como ela gritara.
Os momentos mais felizes eram aqueles em que ela lhe falava de Além.


- E pode realmente passear-se voando, quando nos apetece?
- Quando se deseja. - Ela falava-lhe da bonita música que saía de uma caixa, de todos os jogos
encantadores que se podiam jogar, das deliciosas coisas de comer e beber, da luz que aparecia quando
se premia um pequeno engenho na parede, das imagens que era possível ouvir, sentir e tocar enquanto
eram vistas, de uma outra caixa para fazer bons aromas, das casas rosadas, verdes, azuis, prateadas,
altas como montanhas. Ela contava-lhe como toda a gente era feliz, sem nunca haver pessoas tristes ou
zangadas, como cada um pertencia a todos. Falava-lhe de caixas onde se podia ver e ouvir o que se
passava do outro lado do mundo, os bebés em bonitas provetas bem limpas, - tudo tão limpo, sem maus
cheiros, sem a menor porcaria! Ela contava-lhe que as pessoas nunca se sentiam sós, mas viviam
juntas, alegres e felizes, como durante as danças de Verão aqui em Malpaís, mas muito mais felizes,
com uma felicidade permanente, todos os dias, todos os dias... Ele ouvia-a horas a fio. E, por vezes,
quando ele e as outras crianças estavam cansadas por terem brincado muito, um dos velhos do pueblo
falava-lhes, com outras e diferentes palavras, do Grande Transformador do Mundo e da longa luta entre
a Mão Direita e a Mão Esquerda, entre a Humanidade e a Secura, de Awonawilona, que só com o
pensamento criou uma noite um nevoeiro e desse nevoeiro criou em seguida o mundo, de Nossa- Mãe a
Terra e de Nosso Pai o Céu, de Ahaiuyta e Marsailema, os gémeos da Guerra e do Acaso, de Jesus e de
Pukong, de Maria e de Etanatlehi, a mulher que voltou a ser jovem, da Pedra Negra da Laguna, da
Grande Águia e de Nossa Senhora de Acoma. Histórias estranhas, muito mais maravilhosas para ele
por serem contadas por meio de outras palavras e, portanto, menos completamente compreendidas.
Estendido na cama, ele pensava no céu e em Londres, em Nossa Senhora de Acoma e nas fileiras sobre
fileiras de bebés em bonitas provetas muito limpas, em Jesus iniciando o voo, no Diretor dos Centros
Mundiais de Incubação e em Awonawllona.
Muitos homens vinham visitar Linda. Os garotos começavam a apontá-la a dedo. Empregando as
outras palavras estranhas, diziam que Linda era má. Chamavam-lhe nomes que ele não compreendia,
mas sabia que eram nomes insultuosos. Um dia cantaram uma cantiga acerca dela, muitas vezes
seguidas. Ele atirou-lhes pedras. Eles ripostaram: uma pedra bicuda cortou-lhe o rosto. O sangue não
parava de correr e ficou todo ensanguentado.
Linda ensinou-o a ler. Com um pedaço de carvão vegetal ela desenhava as figuras na parede: um
animal sentado, um bebé numa proveta. Depois escrevia as letras. O GATO ESTÁ ALI. O BEBÉ
ESTÁ NO POTE. Ele aprendia depressa e facilmente. Quando ele soube ler todas as palavras que ela
escrevia na parede, Linda abriu a sua grande arca de madeira e tirou de sob aquele esquisito calção
vermelho que nunca vestia um livro pequeno e delgado. Ele já o tinha visto muitas vezes. «Quando
fores maior - tinha ela dito - poderás lê-lo.» Ora agora ele já estava bastante crescido. Sentíu-se
orgulhoso.
- Receio que não aches isto muito interessante, mas é tudo o que tenho. - Ela suspirou. - Se ao menos
pudesses ver as belas máquinas de leitura que tínhamos em Londres! - Ele começou a ler: O
Condicionamento Químico e Bacteriológico do Embrião. Instruções Práticas para os Trabalhadores
Betas dos Depósitos de Embriões. Precisou quase de um quarto de hora só para ler o título. Atirou o
livro ao chão.
- Porcaria de livro! - disse. E começou a chorar.
Os garotos continuavam a cantar a horrível canção que falava de Linda. Algumas vezes também
troçavam dele por causa das suas roupas esfarrapadas. Quando ele rasgava as roupas, Linda não as
sabia remendar. Lá, dizia-lhe ela, deitavam-se fora as roupas usadas e compravam-se outras novas.
«Maltrapilho», gritavam-lhe os garotos. «Mas eu - dizia consigo - sei ler, e eles
não sabem. Eles nem sequer sabem o que é ler. » Era-lhe muito fácil, se concentrava bastante o
pensamento nesta questão da leitura, fingir-se indiferente à troça com que os outros o alvejavam. E
pediu a Linda que voltasse a dar-lhe o livro.
Quanto mais os garotos o apontavam com o dedo e cantavam mais ele se entregava à leitura. E em
breve foi capaz de ler perfeitamente todas as palavras. Até as mais compridas. que significavam elas?
Perguntou a Linda. Mas mesmo quando ela era capaz de responder, isso não parecia tornar as coisas
mais claras. E poucas vezes ela era capaz de responder.
- Que vem a ser os produtos químicos? -perguntava ele.
- Oh! São coisas como os sais de magnésio e o álcool para manter pequenos e atrasados os Deltas e os
Epsilões, e o carbonato de cálcio para os ossos, e todas as coisas deste gênero.
- Mas como é que se fabricam os produtos químicos, Linda? Donde vêm eles?
- Disso já não sei nada. Eles estão nos frascos. E quando os frascos estão vazios mandam-se buscar
outros frascos, lá acima, ao Depósito Farmacêutico. É o pessoal do Depósito Farmacêutico que os
fabrica, julgo eu. Ou então mandam-nos buscar à fábrica. Não sei nada disso. Nunca trabalhei em
química. O meu trabalho consistiu sempre em tratar dos embriões.
E acontecia o mesmo com todas as outras perguntas que lhe fazia. Linda parecia nunca saber nada. O
ancião do pueblo tinha respostas bem mais precisas.
- O germ è do homem e de todas as criaturas, o germe do Sol, e o germe da Terra, e o germe do Céu,
foram todos criados, por Awonawilona, a partir do Nevoeiro do Crescimento. Ora o mundo tem quatro
matrizes e, ele colocou os germes na mais baixa das quatro. E gradualmente os germes começaram a
crescer...
Um dia, - john calculava que devia ter sido pouco depois do seu décimo segundo aniversário - entrou
em casa e encontrou no chão, no quarto de dormir, um livro que ainda não tinha visto. Era um livro
grande, que parecia muito antigo. A encadernação tinha sido roída pelos ratos e algumas das páginas
estavam soltas e amarrotadas. Apanhou-o e olhou a página inicial. O livro intitulava-se: Obras
Completas de William Shakespeare.
Linda estava estendida na cama, bebericando, por uma chávena, aquele horrível e malcheiroso mescal.
- Foi Popé que o trouxe - disse ela. Tinha a voz grossa e rouca, como se fosse de outra pessoa. - Estava
num dos cofres da Kiva dos Antílopes. (*) Supõe-se que estava lá há centenas de anos. E deve ser
verdade, porque lhe deitei uma olhadela e parece-me cheio de asneiras! Anterior à civilização. Enfim,
sempre te servirá para te ires aperfeiçoando na leitura. - Bebeu um último trago, pousou a chávena no
chão, ao lado da cama, deitou-se de lado, soluçou uma ou duas vezes e adormeceu.
Ele abriu o livro ao acaso:
Não, mas viver
No suor fétido de um leito imundo,
Imerso em corrupção, a fazer carícias e a amar
Sobre a pocilga asquerosa...
As estranhas palavras rolaram-lhe através do espírito, ressoando como um trovão falante, como os
tambores das danças de Verão, se os tambores tivessem podido falar; como os homens cantando a
Canção do Trigo, bela, de uma beleza de fazer chorar; como o velho Mitsima pronunciando fórmulas
mágicas sobre as suas penas, os seus bastões entalhados e os seus pedaços de pedra e de ossos - Kiathla
tsilu silokwe silokwe silokwe.
(*)-Os índios Zufii dividem-se em várias seitas ou kivas, cada uma das quais toma o nome de um
animal protector e possui um lugar de reunião, que é geralmente uma câmara subterrânea, também
chamada kiva. (N. do T.)
Kiai silu silu, tsithl -, mas ainda melhor que as fórmulas mágicas de Mitsima, porque estavam mais
carregadas de sentido, porque era a ele que as palavras se dirigiam, porque falavam, de uma maneira
maravilhosa e apenas- semicompreensível, em fórmulas terríveis e esplêndidas, de Linda, de Linda ali
deitada e ressonando, a chávena vazia no chão, ao lado da cama, de Linda e de Popé, de Linda e de
Popé ...
Ele detestava cada vez mais Popé. Um homem pode prodigalizar sorrisos e não passar de um celerado.
Traidor, devasso, celerado sem remorsos e sem bondade. Que significavam exatamente estas
palavras? Não o sabia ao certo. Mas a sua magia era poderosa e continuava a bramir na sua cabeça, e
sentiu-se, sem saber porquê, como se nunca tivesse realmente detestado Popé, como se antes nunca o
tivesse verdadeiramente detestado, porque nunca pudera dizer até que ponto o detestava. Mas
entretanto possuía aquelas palavras, aquelas palavras que se assemelhavam aos tambores, aos cantos e
às fórmulas mágicas. Estas palavras e a história estranha, estranha, donde eram tiradas (ela não tinha,
para ele, nem pés nem cabeça, mas era maravilhosa, apesar de tudo, maravilhosa), davam-lhe um
motivo para detestar Popé. E tornavam-lhe o seu ódio mais real, tornavam-lhe mais real o próprio Popé.

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