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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Maracanau em busca dos velhos ares - Aluna: Rafaella Bôto Ferreira Costa


“Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...”, ou pelo menos tinha antes
de as indústrias se instalarem por aqui!
Antigamente, os versos de Gonçalves Dias retratavam muito bem o ambiente de
nossa cidade, conhecida como “Terra dos maracanãs”. Contudo a urbanização fez
com que lindas árvores e palmeiras fossem substituídas por colunas de concreto
reforçado, o mato verdinho, pelo negro asfalto; e hoje sentimos nossos pulmões
cheios de fumaça ao invés do ar puro de antes. Entretanto a industrialização
trouxe consigo o crescimento urbano e econômico para Maracanaú.
E justamente isso é que faz com que haja controvérsias entre os habitantes
do município onde moro, pois a industrialização não trouxe somente os novos
ares do progresso e desenvolvimento socioeconômico, trouxe justamente uma
fumaça de poluentes para a população local.
A indústria que mais causa polêmica entre os maracanauenses é uma empresa
multinacional de um grupo australiano, produtora de pesticidas e herbicidas.
Essa empresa é sempre alvo de manifestações populares, já que a matéria-prima
utilizada na produção dos defensivos agrícolas tem em sua composição gases
tóxicos que exalam fortes odores e causam diversos problemas de saúde à
população dos bairros localizados nos arredores da indústria.
Esses moradores acabam se dividindo em dois grupos: os que aprovam a
permanência da indústria no município e os que a desaprovam.
Para os que são a favor – incluindo os funcionários da empresa –, se a
fábrica fechasse, o índice de desemprego aumentaria, já que mais de
300 funcionários seriam demitidos. Além disso, o município perderia
economicamente, pois a empresa paga uma grande quantia em impostos.
Por outro lado, os moradores dos bairros adjacentes à indústria sofrem
constantemente de náuseas, irritações, problemas respiratórios, dores de
cabeça, entre outros problemas de saúde. Muitos habitantes já se mudaram
para outras localidades por não agüentar mais conviver com a poluição;
porém, aqueles que não podem trocar de bairro são obrigados a sentir
constantemente o cheiro fétido dos produtos.
Maracanau em busca dos velhos ares
Aluna: Rafaella Bôto Ferreira Costa
Segundo alguns funcionários, a indústria de defensivos agrícolas não está alheia a
tudo isso, ela dispõe de tratamento dos resíduos e utiliza um processo para minimizar
o mau cheiro – sistema de exaustão. Entretanto os gases tóxicos continuam se
dissipando no ar e causando sérios danos à população de Maracanaú.
Penso que os prejuízos causados ao ser humano e ao meio ambiente por esses
produtos trazem conseqüências piores aos maracanauenses do que o fechamento
da indústria.
Na minha opinião, bom seria se as indústrias, em vez de se preocuparem tanto
com o lucro obtido pela venda de seus produtos, se interessassem mais em sanar
os danos causados à natureza e à população de seus arredores. Certamente isso
transformaria nossa cidade em um lugar melhor e mais saudável para se viver, e,
quem sabe, traria os sabiás e as velhas maracanãs de volta à sua terra.

Professora: Maria do Carmo Ferreira Menezes Escola: Liceu de Maracanaú Cidade: Maracanaú – CE

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