Macapá é uma cidade linda. Praças, igarapés, linha do Equador, Marabaixo e a Fortaleza
de São José. São maravilhas que encantam este lugar. Mas eis que destaco de todas as
belezas, que é para mim a mais especial: minha velha casa.
Escolhi uma coisa bem simples para falar, pois é o local que considero a primeira maravilha
do mundo: a minha casa, velha e histórica como só ela é. Acolhe-me ao longo de
quinze anos, que para ela suponho que seja um sofrimento bem atordoado, por me aguentar
por tanto tempo. Creio que as minhas pisadas fortes, em seu frágil piso de madeira, já a
machucaram muito.
Descrevo a minha casinha como uma velhinha de mil rugas com suas fracas pernas a me
proteger do amargo calor do sol e da violenta água da chuva.
Imagino que à noite, quando tudo está em silêncio, e eu dentro dela a vagar, ela esteja
a dormir e eu a perturbá-la, escancarando suas portas e janelas para arejá-la.
Ao amanhecer, uma vez mais está suja, precisando de um banho, e a minha mãe vem gritar.
— Vai limpar a casa!
— Já vou, já vou – respondo.
Vou reclamando, resmungando. Pego o cabo da vassoura e passo a agredir minha inocente
casinha, sem refletir, ainda hipnotizada pelo sono.
E, quando saio, olho para trás e vejo a bendita a sorrir, feliz por eu não estar mais ali.
Mas eu irei voltar sempre.
Contudo, há um momento de paz, ela está a me guardar do sereno que a noite faz. Por
isso, é com gratidão que rezo a Deus que não me tire essa velhinha, porque de tudo ela me
ensina. Apesar de ser uma velha casa, jamais ela deixou sua função de lado.
Professora: Maria Cely Silva Santiago
Escola: E. E. Sebastiana Lenir de Almeida • Cidade: Macapá – AP
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