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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Distante dos olhos... e perto do coração? - Aluna: Ana Laíse Rocha Ribeiro

Não se pode saber se é cômico ou trágico.
Para começar pelo nome, nome de lugar não deveria ser no diminutivo. Imagine você,
se Brasil fosse Brasilzinho, o seu povo não seria heroico, bravo, seria só um povinho. E, se
São Paulo fosse São Paulinho, não seria a quinta maior cidade do mundo, seria apenas uma
cidadezinha qualquer.
“O que há, pois, num nome? Uma rosa com outro nome não teria igual perfume?”
Shakespeare... será que um nome é só um nome?
Um nome às vezes pode dizer tudo, veja só... Alphaville... ph... dois L... a primeira letra
do alfabeto grego. Não é chique?
Pois é, Jardim Rosinha. Rosinha? Não poderia ser simplesmente Rosa, com toda a sua
beleza e esplendor?
Para ir ao lugar onde eu moro é preciso passar por uma rodovia. Pense uma rodovia! É
uma estrada para rodar!
Tão... Tão... Tão distante. Distante do centro da cidade, dos shoppings, das baladas...
Dos meus amigos, da minha avó!
É preciso atravessar outro bairro para chegar até lá, um dos acessos ao meu bairro é
a estrada de Pirapora. Pense... Pirapora! É de pirar só de pensar. Chácaras abandonadas
de um lado, mato do outro. A qualquer momento do dia ou da noite você pode se deparar
com animais pastando e revirando os lixos jogados pelas pessoas. É, animais: cavalos,
vacas! Por que o espanto? Ele é tão... tão distante que o asfalto só chegou em dezembro
do ano passado. Temos um mercadinho: os Irmãos Unidos, que mostra no nome que as
famílias se unem para progredirem. Uma pizzaria: Big Bordas – não é só o centro que
importa, as beiradas também. Há uma série de pequenos comércios, grandes conquistas,
que vão passando de pai para filho. Há uma rua com nome de presidente: Getúlio Vargas.
Foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, e instituiu o salário mínimo. Salário mínimo! Que nome! Tantas pessoas conseguem tanto com ele. O mínimo que poderia ter
nesta rua é uma casa, onde eu moro. Mas é claro que há outras! Depois do asfalto tudo
tem começado a melhorar.
Mas não importa a casa, se é do sonho ou não. Importa é que ela está tão... tão perto
do amor, do carinho, do apoio, da compreensão, da minha família. Um irmão que quase me
enlouquece, me fazendo ver o mesmo DVD diversas vezes, mas que com um sorriso me faz
esquecer todos os problemas. Uma mãe que por trabalhar demais às vezes acaba sendo
tão... tão estressada, mas que com um abraço resolve tudo. Um padrasto que é tão... tão
trabalhador que quase não o vejo.
Não importa se você está em uma cidadezinha, em um bairrozinho, se você estuda em
uma escolinha, ou se trabalha em uma empresazinha. Faça o mínimo ser o máximo fazendo
com o coração.
Ah!... mas nem tudo está perdido, quando você está tão... tão distante, você pode usar
o celular. Socorro! O celular não tem sinal.

Professora: Ana Paula de Souza Ponso
Escola: E. E. Parque Anhanguera • Cidade: São Paulo – SP

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