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sábado, 30 de junho de 2012

Perfil sentimental ao longo dos tempos...

Assim como para se apreciar uma obra de arte é necessário o afastamento para que se possa ter uma visão melhor do conjunto, é possível que nas relações pessoais, principalmente à distância, ocorresse ou ainda ocorra o mesmo.  As palavras são as ligaduras que dão vida aos sentimentos, alimentam o imaginário e suscitam em seus usuários uma poesia muitas vezes capaz de captar a alma do outro e comover de forma tão cadenciada que acaba conquistando o receptor solitário.  Fica mais fácil dessa forma fazê-lo crer na promessa de dias melhores, cheios de encantamentos, compreensão, harmonia, paixão, da quietude que tanto inspira as tomadas de decisões e norteia o sentido da vida.
Mas, como para entender bem o presente é necessário conhecer o passado, vale lembrar que houve uma época em que as cartas amorosas imortalizaram vivências e sentimentos de casais apaixonados, aproximando-os pela escrita, encurtando distâncias e oferecendo o alicerce para um futuro relacionamento duradouro: o conhecimento sobre o outro.   
Nesse tempo, as palavras abrasavam a imaginação de quem recebia uma carta e punham eufóricos aqueles que escreviam, pois, se o faziam era porque já estavam no aguardo de uma resposta, desejosos de qualquer desapego se preciso fosse para que à chegada do carteiro o tempo parasse e a leitura daquele texto que falava ao coração, enfeitiçasse o corpo e a razão. Queriam um reconforto para a saudade,  mensagens ocultas que pudessem somente por eles ser decifradas; amores aos jorros em cada linha e espontaneidade, muita espontaneidade.  

Rosilda da Silva
Continua...

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