Total de visualizações de página

quarta-feira, 25 de maio de 2011

NOVELA DA GREVE EM JOINVILLE


Por: Osny Martins

Não tem jeito. É uma autêntica aberração. Não bastasse todo o desgaste que enfrenta a administração municipal de Carlito Merss (PT) desde muito antes do início da greve dos servidores municipais, a discussão em si, pura e simples, é amplamente favorável aos grevistas. Eles estão cobertos de razão. Até a opinião pública, que em outras ocasiões deste tipo fica à margem de um posicionamento, querendo apenas os seus serviços básicos mantidos, agora não hesita em se manifestar de forma franca e objetiva em favor dos servidores.
O fato de se oferecer reajuste ZERO aos servidores este ano é tão aviltante, que até leigos não se intimidam no posicionamento. A Prefeitura não tem argumentos para justificar o que parece injustificável. Quanto mais se analisa a questão, mais ruim fica o quadro para o prefeito Carlito Merss e seus pseudo argumentos. A Prefeitura está absolutamente errada, absolutamente sem razão, absolutamente desnorteada nesta questão. Não há como sustentar o fato de se oferecer reajuste zero para o servidor num momento em que todas as demais categorias profissionais ganham reajustes que pelo menos repõem a inflação do período.
Falar em 8% de reajuste para o ano que vem, como é a proposta oficial da Prefeitura, chega a ser risível, principalmente quando se sabe que ela não cumpriu o que havia prometido ao servidor no ano passado.
Além disso, o evidente desespero da Prefeitura em apelar à Lei de Responsabilidade Fiscal para dizer que está impossibilitada de reajustar o servidor municipal agora, é tão estapafúrdio, que cheira à piada. Como invocar a tal lei agora, só agora, na hora do reajuste do servidor. Por que a Prefeitura não pensou nisso ao longo de 2010? Afinal de contas, durante todo o ano passado, as finanças municipais já estavam ruins, já estavam corroídas. Mas é só agora, no anúncio do pacote que inclui o não-aumento ao servidor, que se fala em economia de telefone celular, diárias, viagens e outras despesas.
Por que a Prefeitura não poupou despesas desnecessárias ao longo de 2010 para sobrar recursos para seus compromissos de agora? Que amadorismo é esse? Que falta de responsabilidade com a coisa pública é essa? A impressão que fica é que não se tem nem o cacoete de administração, de gestão…
Se hoje não se tem dinheiro para sequer pagar a reposição da inflação ao servidor, por que então ao longo de 2010, a Prefeitura gastou – e gastou muito -, de forma totalmente desnecessária e fantasiosa, com publicidade. Justamente Carlito Merss, que ao longo de anos a fio tanto criticou os prefeitos que investiam em publicidade! Lembram? A Prefeitura bancou a custa de muito dinheiro público, aquela propaganda mentirosa de que a saúde pública estava uma beleza, com atendimento exemplar. Para a pirotecnia havia recursos?
Claro, né… Ano eleitoral. Necessário se fazia tentar maquiar tudo que de errado acontecia na Prefeitura e nos serviços públicos. Não adiantou de nada, pois nenhum dos candidatos ligados a administração municipal, em quaisquer níveis, conseguiu se eleger. Mas o que se gastou com a veiculação dos comerciais em horário nobre nas televisões foi uma grandeza. Sem contar os spots em emissoras de rádio. Aí não se invocou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Aí se gastou fartamente…
Cabe agora, à Prefeitura de Joinville, conceder um mínimo de reajuste ao servidor. E pra já. Como é de direito do servidor. Pelo menos a inflação do período.

Nenhum comentário: