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quinta-feira, 3 de março de 2011

O Lobsomem da Praia - 2ª parte

Nos seus vinte e sete anos apenas uma moça do colégio central foi mordida com marcas profundas no derredor de sua nuca com tenaz sofreguidão por ele.  E segundo a lenda do lugar se este tipo de lobsomem for enlaçado pelas mãos desta mesma moça até uma praia em noite de lua nova, a maldição se desfaz.  E a danada nunca o esqueceu.  Apaixonou-se perdidamente por ele e nada contou a ninguém sobre o sucedido, tampouco sobre sua paixão avassaladora.  Já se passavam dois anos do acontecido, ela estava neste tempo em seus febris dezessete anos.  João Medonho, como era chamado, nem imaginava que sua cura estava bem ali.  E depois daquela noite que ele nem pensava em reviver tratou de evitar pasar em qualquer lugar onde frequentava aquela moça da ribeira.  Silvia da ribeira, assim era chamada e não encontrá-la, era para ele, lei. 
Evitar encontrar-se  com a única presa abatida.  Mas ela sem desconfiar ser ele o lobsomem, nutria um desejo incontrolável de descobrir a face fumana daquele lobo voraz.  Depois do acontecido sua mãe se preocupava por não se interessar em namoro e fugia de todos os rapazes do povoado.  Pouco depois desta noite dolorosa de João Medonho;  nome dado pela população devido a sua feiúra da ponta do nariz ao cume da testa, já que sua boca e bochechas transmitiam um ar angelical; caminhava ele pela praia no cair da noite e avistou uma canoa e dois pés suspensos para fora.  Havia um corpo caído dentro e a noite escura de lua nova não deixava identificar.  Ele em seu estado natural era solidário e se prontificou a ajudar quem quer que fosse.   Era Silvia da Ribeira que ao tentar afogar sua paixão remou do riacho até terminar pela maré esgotada de cansaço.  Desprentensiosamente, ele estendeu sua mão para socorrer a moça que já tinha a água a lhe subir pelas narinas.  Ela queria naquele instante desaparecer nas águas junto com a paixão que lhe consumia por mais de dois anos seguidos.  A paixão secreta que só ela própria poderia confidenciar a si mesma.  Não havia ninguém para dividir aquele sofrimento e João Medonho abatido também pela real condição de sua sina de ter de se ocultar na lua cheia, tendo todos no povoado já desconfianças sobre seus sumiços... quando suas mãos enrelaçam as dela, na melhor maneira de puxá-la para a vida surge uma luz esplendorosa no céu e ilumina toda a praia.  Naquela noite do dia sete do sete de dois mil e sete o remédio dos bálsamos e um beijo eterno faz penetrar amor e enrodilha seus corpos.

Cássio Poetta - Santa Cruz Cabrália - Bahia

4 comentários:

Anônimo disse...

foi muito legal ler esse texto tirando aparte que ele e muito grande

Anônimo disse...

legal

Anônimo disse...

ficou esplendidamente esplendido. bejos jansaise 9ªANO3

Sandra Pereira disse...

Tem o endereço desse João Medonho?..rs