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sábado, 30 de março de 2013

As ideias de Popper - Bryan Magee

Citações

"O cientista principia efetuando alguns experimentos, cujo objetivo é o de permitir observações cuidadosamente controladas e meticulosamente medidas - em algum ponto da fronteira entre nosso conhecimento e nossa ignorância.  O cientista registra sistematicamente seus achados, divulga-os, talvez; e, com o correr do tempo, ele e outros pesquisadores que trabalham na mesma área chegam a acumular uma porção de dados comuns e dignos  de crédito. Crescendo o número de dados, traços de ordem geral principiam a emergir e os pesquisadores começam a formular hipóteses gerais - enunciados de caráter legalóide que se ajustam a todos os fatos conhecidos e explicam de que modo eles se relacionam causalmente entre si.  O cientista procura confirmar sua hipótese, encontrando evidência que lhe dê apoio."  [21]

quinta-feira, 28 de março de 2013

Utilidade Pública

domingo, 24 de março de 2013

As portas dos domínios museal e patrimonial - Mário Chagas

Citações 

"A palavra patrimônio, ainda hoje, tem a capacidade de expressar uma totalidade difusa à semelhança do que ocorre com outros termos, como cultura, memória e imaginário, por exemplo."  [33]

"Vale registrar que, para além do seu vínculo com a modernidade, a categoria patrimônio, como categoria antropológica de pensamento, tem, como sublinhou José Reginaldo Santos Gonçalves, um 'caráter milenar' e não uma 'invenção moderna', estando em ação, nomeadamente, 'no mundo clássico', 'na Idade Média' e também 'nas chamadas sociedades tribais'. (GONVÇALVES, 2003: 21-29)  [34]

"...o patrimônio... transcende as barreiras do tempo e do gosto."  [35]

sexta-feira, 22 de março de 2013

Amanhã Sarau na Biblioteca Pública com a participação de alguns alunos do 9º , a partir das 10:00 h. Prestigiem...!!! Esperamos por vocês!

Patrimônio Cultural e Cidadania - Resumo da Aula



22/03/13  - Memória e Patrimônio – Jacques Le Goff

Na atualidade reconhece-se a oralidade como forma de guardar a memória, os mitos de origem, lendas – bruxas, lobisomem(reconhecidas como patrimônio imaterial)
  • Memória escrita -  “necessidade ostentação durabilidade de uma memória lapitar e marmórea.” (LE GOFF, 1992, p.432)
  • Monumentos comemorativos

Memória – mundo antigo
  • Evolução da oralidade para a escrita]ligada à evolução social e ao desenvolvimento urbano
  • Necessidade de fixar normas de convivência social, aquilo que “    não é fixável na memória de modo completo (LE GOFF, 1992, p.433)
  
FATOS QUE DEVEM ULTRAPASSAR AS GERAÇÕES
  • A religião
  • A história
  • A história
  • A geografia
  • “o triplo problema do tempo, do espaço e do homem constitui a matéria memorável”. (LEROI-GOOURHAN, op cit. LE GOFF, 1992, p;433)

Observações da aula Patrimônio e Cidadania I


21/03/13  -  Rogério Proença Leite
Formação de espaços espetacularizados; formação de espaço público fragmentado        (contra-usos);
*     Perspectivas mercadológicas para reapropriação de espaços históricos,
*     Busca de valores no passado para reafirmar no presente o espaço/sujeito;

A questão do enobrecimento de certos espaços também está ligada a fatores de poder. Quem decide que espaços enobrecer e quais ficam em segundo plano. Enquanto um é revitalizado o outro vai se apagando de sua real funcionalidade.  (Rua do Príncipe em oposto aos museus)
Visando o lucro, retorno dos tributos do comércio local Recuperando a imagem do espaço,

domingo, 17 de março de 2013

Patrimônio Cultural e o Descentramento do Sujeito na Contemporaneidade

Rogério Proença Leite

Ler um livro e não conhecer o autor é como ir a uma festa e não cumprimentar o anfitrião.” Thomas Morus


vGraduado em Ciências Sociais,
vMestre em Sociologia (PIMES-UFPE),
vDoutor em Ciências Sociais (UNICAMP),
vProfessor Associado III da Universidade Federal de Sergipe (UFS),
vCoordenador do Programa de Pós-graduação em Sociologia (Mestrado e Doutorado) e o Laboratório de Estudos Urbanos e Culturais,
vProfessor colaborador do Mestrado em Patrimônio do IPHAN (Rio de Janeiro),
vProfessor colaborador do Mestrado/Doutorado em Cidades e Culturas Urbanas da Universidade de Coimbra,
vCoordenador brasileiro da Rede Brasil-Portugal de Estudos Urbanos (CPLP do MCT/CNPq e CAPES-FCT),
vAtua na área de Sociologia Urbana,
vIntegra o Comitê Assessor de Avaliação de Sociologia da CAPES,
v1o. Secretário da Sociedade Brasileira de Sociologia SBS.

sábado, 16 de março de 2013

Não resisti e trouxe do face pra cá este informe...

Memória e seus paradigmas - Patrícia Marques de Souza[1]


Resumo: Este artigo aborda a problemática da utilização da memória como fonte histórica e suas disputas.
Palavras-Chave: memória coletiva e individual, disputas, fontes históricas, relação memória/História
Considerações iniciais
          
A ideia de memória, a maneira como ela é exercida e sua relação com a História, vêm sendo objeto de pesquisa e de debates teóricos de muitos estudiosos ao longo dos anos. A utilização de fontes orais para o desenvolvimento de estudos não é recente e ao longo do tempo, a memória e outras fontes dessa mesma origem perderam a classificação de secundárias e passaram a ser encaradas como possibilidades de fontes seguras. Esse processo de mudança está ligado ao questionamento feito pela corrente historiográfica francesa dos Annales, na década de 1920 que propunha uma diversificação de temas e foi o primeiro passo para a diversificação do uso das fontes. Em vista disso, para tornar-se possível conhecer, estudar e problematizar o universo da memória é necessário ter ciência de que ela é feita por pessoas que vivenciaram os acontecimentos pessoalmente ou pelo grupo a qual o indivíduo esteja inserido e apresenta como características a seleção, a construção, a subjetividade, o individual, o coletivo, o social, o nacional e o afetivo[2]. Esses conceitos precisam ser considerados na análise dessa questão de notável relevância para o estudo das diferentes sociedades humanas que foram entendidas e explicadas de diferentes formas. Sua definição denotativa pode apresentar os seguintes significados: “1. Faculdade de reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos. 2. Lembrança, reminiscência.[3]. Dessa maneira, a memória torna-se uma lembrança construída no presente a partir experiências passadas e cada uma possui sua própria lógica e sentido.

CASAS E PORTAS DA MEMÓRIA E DO PATRIMÔNIO - Mario Chagas


Doutor em Ciências Sociais / UERJ. Professor do Programa de Pós-Graduação em Memória Social / UNIRIO  Curriculo Lattes

Apresenta reflexões em torno do conceito de patrimônio, desde a sua origem até a contemporaneidade. Afirma que existe uma relação intrínseca entre patrimônio e poder, que permanece na relação entre patrimônio e propriedade, seja material ou espiritual, econômica ou simbólica e a sua vinculação à idéia de preservação. Destaca que a noção de posse parece ser mais adequada aos museus do que a de propriedade Sugere que o caráter preservacionista e o sentido de posse estão na raiz da instituição do patrimônio e do museu (casa de memória e poder). Ressalta que a preservação como prática social que é utilizada para a construção de determinadas narrativas tem um caráter subjetivo, que é mascarado por discursos que se pretendem positivos, científicos e objetivos. Conclui que o que está em jogo nos museus e também no domínio do patrimônio cultural é memória, esquecimento, resistência e poder, perigo e valor, múltiplos significados e funções, silêncio e fala, destruição e preservação. E por tudo isso interessa compreendê-los em sua dinâmica social e interessa compreender o que se pode fazer com eles, contra eles, apesar e a partir deles.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio cultural. Preservação como prática social. Musealização.

sexta-feira, 15 de março de 2013

A SUPERMODERNIDADE: Cultura do Poder e do Consumismo - Georgina Amazonas Mandarino Parte 1


Resumo: O objetivo deste trabalho é examinar como a mass media contribui para a
construção identitária do sujeito. O corpus está nos símbolos da modernidade divulgados
pela publicidade em geral, abrindo novas perspectivas comportamentais perante o
mundo. A metodologia adotada é a qualitativa. Fairclough (2001) assinala a contribuição
das práticas discursivas em processos de transformação para mudanças na identidade
social. As posições teóricas de Stuart Hall (2004) e Marc Augé (2004) conduzem a
uma análise discursiva presente nos símbolos que comprovam identidade e autorizam
deslocamentos impessoais. Os resultados alcançados a partir do enfoque em alguns
símbolos da supermodernidade permitem a identificação de territórios em constante
transformação e a multiplicidade de identidades sociais e culturais.

A IDÉIA DE CULTURA - TERRY EAGLETON


Uma das palavras mais inflacionadas dos últimos tempos, “cultura”
tornou-se um conceito que pode definir as mais diferentes e até contraditórias
idéias. Partindo desse pressuposto, Terry Eagleton, em A idéia de
cultura, procura não só classificar os diferentes usos do conceito, mas também
mostrar que, apesar de seu uso indiscriminado, cultura é uma idéia
extremamente importante para a interpretação do mundo atual, sempre salientando
sua relação com a política.
Depois de uma descrição do desenvolvimento histórico da palavra,
Eagleton coloca-a em três categorias: cultura como civilidade, como identidade
e como algo comercial ou pós-moderno. Ou ainda: como excelência, ethos e
economia (p. 96). No geral, essas categorias correspondem a outros termos já
bem conhecidos: alta cultura (ou Cultura), cultura popular e cultura de massa.
A novidade está na maneira como esses conceitos se inter-relacionam. Na verdade,
Eagleton se refere a essa relação como “guerras culturais”.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Agradecimento especial à Sabrina Testoni por colaborar com minha pesquisa disponibilizando material tão precioso. Obrigada, muito, muito obrigada.

Aos demais, continuo precisando e estou na coleta de correspondências pessoais (amorosas) cartas ou e-mails para minha pesquisa de mestrado.

domingo, 10 de março de 2013

Comunicado Importante

Se você escreveu, recebeu ou conhece alguém que tenha escrito ou recebido cartas de amor,favor entrar em contato comigo. Pesquisarei sobre isso, sites de relacionamento e trocas de       e-mails e preciso de sua ajuda.

Grata,
Rosilda


A dialética do esclarecimento - Theodor W. Adorno

Conceito de esclarecimento (parte 5)

As medidas tomadas por Ulisses quando seu navio se aproxima das Sereias pressagiam alegoricamente a dialéctica do esclarecimento. Assim como a substituibilidade é a medida da dominação e o mais poderoso é aquele que pode se fazer substituir na maioria das funções, assim também a substituibilidade é o veículo do progresso e, ao mesmo tempo, da regressão. Na situação dada, estar excluído do trabalho também significa mutilação, tanto para os desempregados, quanto para os que estão no pólo social oposto. Os chefes, que não precisam mais se ocupar da vida, não têm mais outra experiência dela senão como substrato e deixam-se empedernir integralmente no eu que comanda. O primitivo só tinha experiência da coisa natural como objecto fugidio do desejo, "mas o senhor, que interpôs o servo entre a coisa e ele próprio, só se prende à dependência da coisa e desfruta-a em sua pureza; o aspecto da independência, porém, abandona-o ao servo que a trabalha". (37) Ulisses é substituído no trabalho. Assim como não pode ceder à tentação de se abandonar, assim também acaba por renunciar enquanto proprietário a participar do trabalho e, por fim, até mesmo a dirigi-lo, enquanto os companheiros, apesar de toda proximidade às coisas, não podem desfrutar do trabalho porque este se efectua sob coacção, desesperadamente, com os sentidos fechados à força. O servo permanece subjugado no corpo e na alma, o senhor regride. Nenhuma dominação conseguiu ainda evitar pagar esse preço, e a aparência cíclica da história em seu progresso também se explica por semelhante enfraquecimento, que é o equivalente do poderio. A humanidade, cujas habilidades e conhecimentos se diferenciam com a divisão do trabalho, é ao mesmo tempo forçada a regredir a estágios antropologicamente mais primitivos, pois a persistência da dominação determina, com a facilitação técnica da existência, a fixação do instinto através de uma repressão mais forte. A fantasia atrofia-se. A desgraça não está em que os indivíduos tenham se atrasado relativamente à sociedade ou à sua produção material.

A dialética do Esclarecimento - Theodor W. Adorno


O Conceito de Esclarecimento (parte 3)

O preço que se paga pela identidade de tudo com tudo é o facto de que nada, ao mesmo tempo, pode ser idêntico consigo mesmo. O esclarecimento corrói a injustiça da antiga desigualdade, o senhorio não mediatizado; perpetua-o, porém, ao mesmo tempo, na mediação universal, na relação de cada ente com cada ente. Ele faz aquilo que Kirkegaard celebra em sua ética protestante e que se encontra no ciclo épico de Héracles como uma das imagens primordiais do poder mítico: ele elimina o incomensurável. Não apenas são as qualidades dissolvidas no pensamento, mas os homens são forçados à real conformidade. O preço dessa vantagem, que é a indiferença do mercado pela origem das pessoas que nele vêm trocar suas mercadorias, é pago por elas mesmas ao deixarem que suas possibilidades inatas sejam modeladas pela produção das mercadorias que se podem comprar no mercado. Os homens receberam o seu eu como algo pertencente a cada um, diferente de todos os outros, para que ele possa com tanto maior segurança se tornar igual. Mas, como isso nunca se realizou inteiramente, o esclarecimento sempre simpatizou, mesmo durante o período do liberalismo, com a coerção social. A unidade da colectividade manipulada consiste na negação de cada indivíduo; seria digna de escárnio a sociedade que conseguisse transformar os homens em indivíduos. A horda, cujo nome sem dúvida está presente na organização da Juventude Hitleriana, não é nenhuma recaída na antiga barbárie, mas o triunfo da igualdade repressiva, a realização pelos iguais da igualdade do direito à injustiça. O mito de fancaria dos fascistas evidencia-se como o autêntico mito da antiguidade, na medida em que o mito autêntico conseguiu enxergar a retribuição, enquanto o falso cobrava-a cegamente de suas vítimas. Toda tentativa de romper as imposições da natureza rompendo a natureza, resulta numa submissão ainda mais profunda às imposições da natureza. Tal foi o rumo tomado pela civilização europeia. A abstracção, que é o instrumento do esclarecimento, comporta-se com seus objectos do mesmo modo que o destino, cujo conceito é por ele eliminado, ou seja, ela se comporta como um processo de liquidação. Sob o domínio nivelador do abstracto, que transforma todas as coisas na natureza em algo de reproduzível, e da indústria, para a qual esse domínio do abstracto prepara o reproduzível, os próprios liberados acabaram por se transformar naquele "destacamento" que Hegel (16) designou como o resultado do esclarecimento.

A dialética do esclarecimento - Theodor W. Adorno

Conceito de Esclarecimento (parte 2)


O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objectividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los. O homem de ciência conhece as coisas na medida em que pode fazê-las. É assim que seu em-si torna para-ele. Nessa metamorfose, a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato da dominação. Essa identidade constitui a unidade da natureza. Assim como a unidade do sujeito, ela tampouco constitui um pressuposto da conjuração mágica. Os ritos do xamã dirigiam-se ao vento, à chuva, à serpente lá fora ou ao demónio dentro do doente, não a matérias ou exemplares. Não era um e o mesmo espírito que se dedicava à magia; ele mudava igual às máscaras do culto, que deviam se assemelhar aos múltiplos espíritos. A magia é a pura e simples inverdade, mas nela a dominação ainda não é negada, ao se colocar , transformada na pura verdade, como a base do mundo que a ela sucumbiu. O feiticeiro torna-se semelhante aos demónios; para assustá-los ou suavizá-los, ele assume um ar assustadiço ou suave. Embora seu ofício seja a repetição, diferentemente do civilizado - para quem os modestos campos de caça se transformam no cosmo unificado, no conjunto de todas as possibilidades de presas - ele ainda não se declarou à imagem e semelhança do poder invisível. É só enquanto tal imagem e semelhança que o homem alcança a identidade do eu que não pode se perder na identificação com o outro, mas toma definitivamente posse de si como máscara impenetrável. É à identidade do espírito e a seu correlato, à unidade da natureza, que sucumbem as múltiplas qualidades. A natureza desqualificada torna-se a matéria caótica para uma simples classificação, e o eu todo-poderoso torna-se o mero ter, a identidade abstracta. Na magia existe uma substitutividade específica. O que acontece à lança do inimigo, à sua cabeleira, a seu nome, afecta ao mesmo tempo a pessoa; em vez do deus, é o animal sacrificial que é massacrado. A substituição no sacrifício assinala um novo passo em direcção à lógica discursiva. Embora a cerva oferecida em lugar da filha e o cordeiro em lugar do primogénito ainda devessem ter qualidades próprias, eles já representavam o género e exibiam a indiferença do exemplar. 

A dialética do esclarecimento - Theodor W.Adorno


O Conceito de Esclarecimento (parte 1)

No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento tem perseguido sempre o objectivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal. O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo saber . Bacon, "o pai da filosofia experimental", (l) já reunira seus diferentes temas. Ele desprezava os adeptos da tradição, que "primeiro acreditam que os outros sabem o que eles não sabem; e depois que eles próprios sabem o que não sabem. Contudo, a credulidade, a aversão à dúvida, a temeridade no responder, o vangloriar-se com o saber , a timidez no contradizer, o agir por interesse, a preguiça nas investigações pessoais, o fetichismo verbal, o deter-se em conhecimentos parciais: isto e coisas semelhantes impediram um casamento feliz do entendimento humano com a natureza das coisas e o acasalaram, em vez disso, a conceitos vãos e experimentos erráticos; o fruto e a posteridade de tão gloriosa união pode-se facilmente imaginar. A imprensa não passou de uma invenção grosseira; o canhão era uma invenção que já estava praticamente assegurada; a bússola já era, até certo ponto, conhecida. Mas que mudança essas três invenções produziram - uma na ciência, a outra na guerra, a terceira nas finanças, no comércio e na navegação! E foi apenas por acaso, digo eu, que a gente tropeçou e caiu sobre elas. Portanto, a superioridade do homem está no saber, disso não há dúvida. Nele muitas coisas estão guardadas que os reis, com todos os seus tesouros, não podem comprar, sobre as quais sua vontade não impera, das quais seus espias e informantes nenhuma notícia trazem, e que provêm de países que seus navegantes e descobridores não podem alcançar. Hoje, apenas presumimos dominar a natureza, mas, de facto, estamos submetidos à sua necessidade; se contudo nos deixássemos guiar por ela na invenção, nós a comandaríamos na prática". (2)

REALIZAR INFERÊNCIAS TEXTUAIS / INFERIR



InferênciaAto ou efeito de inferir;  
conclusão (de um raciocínio lógico); 
dedução, indução.

É necessário conhecimento prévio. Familiaridade com o tipo de texto focalizado e com as marcas linguísticas que apresentam, na escrita, numa situação de diálogo.

O TEMPO - Roseana Murray



O tempo, escorregadio
feito peixe,
passa pela peneira
e vai deixando
pérolas, conchas,
amigos, areia fininha
no fundo da memória...
O tempo, escorregadio
feito lua, não para
em nenhuma estação,
e sobe gente e desce gente,
e o tempo, o tempo todo
em movimento.

sábado, 9 de março de 2013

Entre Memoria e Historia: La problemática de los lugares - Pierre Nora


Entre Memoria e Historia: La problemática de los lugares∗
Pierre Nora

I. El fin de la historia-memoria

Aceleración de la historia. Más allá de la metáfora, hay que tornar la medida de lo que significa la expresión: un balanceo cada vez más rápido en un pasado definitivamente muerto la percepción global de todo como desaparecido –una ruptura de equilibrio. El desgarramiento de lo que todavía había de vivido en el calor de la tradición, en el mutismo de la costumbre, en la repetición de lo ancestral, bajo el empuje de un sentimiento histórico de fondo. El acceso a la conciencia de sí bajo el signo de lo pasado, la terminación de algo comenzado desde siempre. Sólo se habla de memoria porque no hay más.
La curiosidad por los lugares donde se cristaliza y se refugia la memoria está ligada a este momento particular de nuestra historia. Momento en el que la conciencia de la ruptura con el pasado se confunde con el sentimiento de una memoria desgarrada; pero en el que el desgarramiento despierta aún bastante memoria para que pueda plantearse el problema de su encarnación. El sentimiento de continuidad se vuelve residual a los lugares. Hay lugares de memoria porque no hay más medios de memoria.
Pensemos en esta mutilación sin retorno que representó el fin de los campesinos, esta colectividad-memoria por excelencia cuya moda como objeto de la historia coincidió con el apogeo del crecimiento industrial. Este desmoronamiento central de nuestra memoria es solamente un ejemplo. Todo el mundo entró en el baile, por el fenómeno de la mundialización tan conocido, de la democratización, de la masificación, de la mediatización. En la periferia, la independencia de las nuevas naciones llevó p la historicidad a sociedades ya despiertas de su sueno etnológico por la violación colonial.

terça-feira, 5 de março de 2013

Uma Noite de Natal - David Gonçalves


Lá vai o homem que alimentará os sonhos nesta noite de Natal. Faz muito calor e ele pedala a velha bicicleta pelas ruas ensolaradas. Está desempregado e as festa para ele sua família serão minguadas. Sem dinheiro, o Menino não entrará em sua casa. O chamado para aquele "bico" veio em boa hora. Nada mal receber 50 reais por uma noite. Para quem não tem nada, poeira é roupa. O suor escorre pelas faces magras. É a primeira vez que se vestirá de Papai-Noel. Sem trabalho, seria o único sustento da família. A loja do shopping mandou chamá-lo. O Papai Noel ficara doente, vítima de uma tosse forte. Lembraram-se dele. Lá vai ele pedalando a bicicleta velha debaixo do sol escaldante.


Branco - João Batista (JB)

Hoje vi minhas mãos. Nunca vi nada igual. Ultimamente está tudo nublado e aquoso. Tudo balança e me vejo imerso em maremotos intermináveis. Não tenho dor de cabeça. Apenas uma vontade estranha de esticar os pés. Ainda não os vi. Sinto. Para ver é preciso abaixar muito a cabeça. Já tentei. Me causou incômodo. Prefiro esperar. Por enquanto me ocupo com as mãos.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Lançamento








 Está chegando a 2ª Edição da Antologia da Confraria das Letras. 
Lançamento dia 07 de março, no Armazém Cultural Midas (Rua João Colin, 475), às 18h
Entrada franca (livro vendido a R$ 5,00)



domingo, 3 de março de 2013

Atividades de Língua Portuguesa

Leia este texto para responder às questões abaixo.


URGENTE!
Uma
gota
de
orvalho
caiu hoje, às 8h, do dedo anular
direito, do Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro
Seus restos
não foram
encontrados
A Polícia
não acre-
dita em
acidente
Suspei-
to: o
vento

Os meteoro-
logistas, os poetas e
os passarinhos choram in-
consoláveis. Testemunha
presenciou a queda: “Horrível!
Ela se evaporou na metade do caminho!”

                    CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1995.

sábado, 2 de março de 2013

14/03 – Dia Nacional da Poesia



A poesia é a forma de expressão humana mais próxima da música. Envolve a arte da linguagem humana e o fazer poético está diretamente ligado aos sentimentos, ao ritmo e as palavras cantadas em uma mesma melodia.  Como dia Voltaire, " A poesia é a música da alma, e, sobretudo das almas grandes e sentimentais."

A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.

O Dia Nacional da Poesia é normalmente celebrado em bibliotecas, escolas e diversos outros espaços culturais, em eventos onde a declamação de poemas é normalmente privilegiada.


Memória - Jacques Le Goff

Citações

"A utilização de uma linguagem falada, depois escrita, é de fato uma extensão fundamental das possibilidades de armazenamento da nossa memória que, graças a isso, pode sair dos limites físicos do nosso corpo para estar interposta quer nos outros quer nas bibliotecas.  Isto significa que, antes de ser falada ou escrita, existe uma certa linguagem sob a forma de armazenamento de informações na nossa memória."  [425]

"Em todas as sociedades, os indivíduos detêm uma grande quantidade de informações no seu patrimônio genético, na sua memória a longo prazo e, temporariamente, na memória ativa."  [425]

A BONECA - Olavo Bilac



Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira : "É minha!"
- "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca.
Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxavam por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando a bola e a peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca

sexta-feira, 1 de março de 2013

Documento/Monumento - Jacques Legoff

Citações

"A memória coletiva e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos." [535]

"...os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador."  [535]

"O monumentum  é um sinal do passado. Atendendo às suas origens filológicas, o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos."  [535]