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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Saudade de ti, Natal! - Rosilda da Silva

Nasci em uma época em que era comum esperar com alegria a chegada do natal. Toda a família colaborava para que esta fosse uma data mais que especial.  Nem sempre estávamos tão dispostos quanto nossos pais gostariam, mas fazíamos o que crianças sem muitas condições financeiras poderiam fazer para que nosso natal fosse “fora de série”.   Esperava-se o ano todo por isso, contando na folhinha os dias que faltavam para a data mais esperada, a chegada do natal.  Tempo de festas, confraternização entre as famílias, abraços mais apertados e calorosos, ceias fartas, almoços alegres, cheios de conversas e risos... 

Nessa época quem ditava as regras era sempre a mãe.  Limpeza de natal na casa era algo obrigatório. Escada, balde, água e sabão também. A faxina começava desde o forro da casa (isso mesmo, forro, não havia laje na casa dos menos abastados naquele tempo), passava pelas paredes, que de tanto a gente esfregar em alguns pontos a tinta quase desaparecia, e ia acabar lá fora no quintal. Esse, que achávamos enorme, deveria ser varrido do começo ao final até que não sobrasse uma única folhinha caída no chão.  E se sobrasse era melhor voltar antes que o serviço fosse inspecionado.


Mas nem tudo era trabalho. Havia uma energia muito boa no ar.  Principalmente quando a brisa fresca dos fins de tarde invadia nosso imaginário com o cheirinho doce das bolachas de natal confeitadas com açúcar colorido. 

A árvore de natal era um pinheirinho de verdade, daqueles que ficavam com as folhas levemente amareladas se fosse cortado e montado muito cedo, pois não podíamos comprar uma nova e do tamanho ideal a cada ano. Mas a beleza consistia em apreciar o apaga acende dos pisca-piscas e o multicor das bolinhas de vidro que faziam o delírio da criançada. 

Hoje lembro com saudade daquele tempo. Da correria boa que era tudo isso, especialmente para nós, as crianças daquela época; e que hoje preparam com carinho a magia natalina para encantar os pequenos e iluminar os momentos de encontros e reencontros entre os entes queridos a quem tanto amamos.

Acredito que, talvez, esta deva ser também a lembrança da infância de muitos. Mas hoje sabemos, cheios de saudade e nostalgia, como tudo isso era bom.

Agora, mais experientes, continuamos ansiosos para abrir os presentes, porém, a maturidade nos faz perceber melhor o real significado do Natal: o nascimento do Filho de Deus. Mas natal também é época de parar e restaurar as forças para mais um ano. É época de amor. Época de encontros. Momento de rever tudo o que durante o ano passou despercebido. Natal é planejar uma noite diferente, um instante iluminado. Natal… é ansiar por instantes de alegria e de conforto, Na presença escolhida a dedo de pessoas que fazem parte de nossas vidas. Presentes e mais presentes, com um único significado: “Lembrei-me de Vocês! Feliz Natal”! A alegria que se sente é tão imensa, que até tenho vontade de perguntar ao Papai Noel se “felicidade é brinquedo que não existe”, pois, já o temos aqui, em cada um de nós, nesse momento em que estamos todos juntos, coroando um ano cheio de vitórias em que nos fizemos presentes de fato nas nossas vidas e cuidamos uns dos outros nos momentos mais difíceis, nos animando mutuamente, pois quem ama, zela!



            Um Feliz Natal a todos nós!




2 comentários:

Patricia Luciane disse...

Obrigada! Tenho saudades dos natais da mha infancia. Era bem mais familia reunida. Hj a familia anda na "correria" n dah p parar nem no natal! Uma pena... Feliz natal p vc e sua familia! Ia t ligar p contar q vou trabalhar no Oswaldo ano q vem. Bjbj da Pati.

Profª Rosilda disse...

Que joia! Tenho certeza de que vc vai se dar bem lá e, o seu jeitinho meigo vai cativar o pessoal, que é mesmo uma família de tão maravilhosos que são. Sucesso nessa nova empreitada.