Nasci em uma época em que era comum
esperar com alegria a chegada do natal. Toda a família
colaborava para que esta fosse uma data mais que especial. Nem
sempre estávamos tão dispostos quanto nossos pais gostariam, mas fazíamos o que
crianças sem muitas condições financeiras poderiam fazer para que nosso natal
fosse “fora de série”. Esperava-se o ano todo por isso,
contando na folhinha os dias que faltavam para a data mais esperada, a chegada
do natal. Tempo de festas, confraternização entre as famílias,
abraços mais apertados e calorosos, ceias fartas, almoços alegres, cheios de
conversas e risos...
Nessa época quem ditava as regras era
sempre a mãe. Limpeza de natal na casa era algo
obrigatório. Escada, balde, água e sabão também. A faxina começava desde o
forro da casa (isso mesmo, forro, não havia laje na casa dos menos abastados
naquele tempo), passava pelas paredes, que de tanto a gente esfregar em alguns
pontos a tinta quase desaparecia, e ia acabar lá fora no quintal. Esse, que
achávamos enorme, deveria ser varrido do começo ao final até que não sobrasse
uma única folhinha caída no chão. E se sobrasse era melhor voltar
antes que o serviço fosse inspecionado.
Mas nem tudo era trabalho. Havia uma
energia muito boa no ar. Principalmente quando a brisa fresca dos
fins de tarde invadia nosso imaginário com o cheirinho doce das bolachas de
natal confeitadas com açúcar colorido.
A árvore de natal era um pinheirinho
de verdade, daqueles que ficavam com as folhas levemente amareladas se fosse
cortado e montado muito cedo, pois não podíamos comprar uma nova e do tamanho
ideal a cada ano. Mas a beleza consistia em apreciar o apaga acende dos
pisca-piscas e o multicor das bolinhas de vidro que faziam o delírio da
criançada.
Hoje lembro com saudade daquele tempo.
Da correria boa que era tudo isso, especialmente para nós, as crianças
daquela época; e que hoje preparam com carinho a magia natalina para encantar
os pequenos e iluminar os momentos de encontros e reencontros entre os entes
queridos a quem tanto amamos.
Acredito que, talvez, esta deva ser
também a lembrança da infância de muitos. Mas hoje sabemos, cheios de
saudade e nostalgia, como tudo isso era bom.
Agora, mais experientes, continuamos
ansiosos para abrir os presentes, porém, a maturidade nos faz perceber melhor o
real significado do Natal: o nascimento do Filho de Deus. Mas natal também
é época de parar e restaurar as forças para mais um ano. É época de amor. Época
de encontros. Momento de rever tudo o que durante o ano passou despercebido.
Natal é planejar uma noite diferente, um instante iluminado. Natal… é ansiar
por instantes de alegria e de conforto, Na presença escolhida a dedo de pessoas
que fazem parte de nossas vidas. Presentes e mais presentes, com um único
significado: “Lembrei-me de Vocês! Feliz Natal”! A alegria que se sente é
tão imensa, que até tenho vontade de perguntar ao Papai Noel se “felicidade é
brinquedo que não existe”, pois, já o temos aqui, em cada um de nós, nesse
momento em que estamos todos juntos, coroando um ano cheio de vitórias em que nos
fizemos presentes de fato nas nossas vidas e cuidamos uns dos outros nos
momentos mais difíceis, nos animando mutuamente, pois quem ama, zela!
Um Feliz Natal a todos nós!
2 comentários:
Obrigada! Tenho saudades dos natais da mha infancia. Era bem mais familia reunida. Hj a familia anda na "correria" n dah p parar nem no natal! Uma pena... Feliz natal p vc e sua familia! Ia t ligar p contar q vou trabalhar no Oswaldo ano q vem. Bjbj da Pati.
Que joia! Tenho certeza de que vc vai se dar bem lá e, o seu jeitinho meigo vai cativar o pessoal, que é mesmo uma família de tão maravilhosos que são. Sucesso nessa nova empreitada.
Postar um comentário