Séculos findam
e tudo continua
como se nada findasse.
Como nuvens estáticas a meio-voo
Como dirigíveis presos contra o
vento.
E a urbana febre das feras do
cotidiano
ainda domina as ruas. Mas ouço
cantarem
ainda agora as vozes dos poetas
mescladas ao grito das
prostitutas
na velha Mannahatta
ou na Paris de Baudelaire,
chamados de pássaros ecoam
nas ruelas da história
renomeados.
E agora são os Novecentos
e a Bolsa quebrou de novo.
E meu pai vagabundeia aqui perto
com toda a sua coragem
os olhos na calçada
uma única lira italiana
e um penny com a figura da cabeça
de
um indiano
no bolso
Traficantes de bebidas e carros
fúnebres passam
em câmera lenta.
Enquanto ternos novos correm para
o trabalho
em arranha-céus que oscilam.
Tradução: Ronaldo Werneck
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