Apesar das dificuldades na infância, conseguiu se formar
jornalista na Universidade da Carolina do Norte em 1941, indo após servir na
marinha americana durante a II Guerra Mundial. Após a Guerra, obteve um
mestrado em Columbia e um doutorado na Soborne. Em Paris,
encontra Kenneth Rexroth que o convence a ir para São
Francisco para participar da efervescente cena contra-cultural da cidade.
Em São Francisco, funda como sócio a livraria e editora City
Lights Books, que se especializa na publicação de poesia. Publica o livro
“Howl” de Allen Ginsberg, que faz um sucesso estrondoso, sendo, porém,
censurado e confiscado pelas autoridades norte-americanas, as quais processam o
editor.
Mesmo com as dificuldades diante da chamada "caça às
bruxas" promovida na época, a editora continuou impulsionando o sucesso
daqueles promissores poetas, e através do trabalho corajoso de Ferllinghetti a
Geração Beat se tornou um dos maiores marcos da poesia do pós-guerra, abrindo
caminho para toda a contra-cultura e para o posterior movimento hippie.
Atualmente, continua escrevendo e trabalhando em sua
livraria.
Além dos livros de poemas, como “A Coney Island of the Mind”
traduzido no Brasil com o título de “Um parque de diversões da cabeça”, o
artista participou de exposições com seus quadros na Itália e de gravações com
artistas de jazz. Era comum ao poeta registrar seus poemas fonograficamente.
A poesia
Sendo Ferlinghetti considerado, por vezes um anarquista, por
vezes um social-democrata, é comum à sua poesia os temas sociais e políticos,
embora retratados de forma muito profunda e artística, explorando a função
poética da linguagem. Seu livro mais conhecido é “A Coney Island of the mind”.
Emprestando a plasticidade da pintura, seus poemas, apesar de forte influência
surrealista, permitem a visualização de cenas delicadas, via de regra cheias de
jogos de luz e cor. A delicadeza de seus poemas lembra um pouco os versos
de Apollinaire, inclusive pelo ritmo normalmente melodioso, mas alternando
versos longos e curtos, lembrando as modulações de ritmo dobe bop. Estes, na
maioria, são distribuídos de forma não-linear, não se colocando um
imediatamente abaixo do outro. Em outros poemas do livro, a cadência dos versos
muitos longos ou apenas mais regulares em termos de extensão e alinhamento
(comuns em outras obras do autor) lembra a de Walt Whitman, ou a de um
RAP. Apesar de sua feição essencialmente moderna, pode-se dizer que, via de
regra, todos os seus poemas contém dois elementos que são constitutivos de um
poema tradicional: ritmo e imagem.
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