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quinta-feira, 15 de maio de 2014

As políticas culturais – In: A mundialização da cultura

Citações

[...] as indústrias culturais são um ramo importante da economia. [97]

[...] uma dimensão da identidade, [...] o setor das indústrias da cultura inclui a mídia. [97]

A promoção das ideias, a divulgação de informações verdadeiras ou mentirosas, passam pela mídia. [97]

[...] a transmissão das tradições culturais se apoia no patrimônio herdado do passado. [97-98]

A transmissão cultural está estritamente ligada à educação. O ensino, sob todas as suas formas, é um meio de socialização dos jovens, de acesso à palavra pelo domínio da linguagem e da aprendizagem pelos saberes e dos know-how fundamentais (leitura, escrita, cálculo, ciências, humanidades, religião, direito), que ligará toda criança à sociedade e a suas tradições. [98]


Estes são os três aspectos de qualquer política cultural: a) desenvolvimento econômico; b) promoção e controle da informação-comunicação; c) socialização dos indivíduos e transmissão do patrimônio cultural e de identidade. [98]

“Os monumentos e as antiguidades, restos interessantes, poupados e consagrados pelo tempo, que o tempo parece nos dar ainda, porque ele não os destrói mais que a História consulta, que as artes estudam, que a filosofia observa, que nossos olhos gostam de fixar com este tipo de interesse dado pela velhice das coisas e tudo o que dá uma espécie de existência ao passado [...]” [100] – fonte: Ministère de La Culture, Patrimoine, Ética et Culture, 1992, p. 16-7

Em todos os países do mundo, ao olhar das culturas singulares, a política escolar se confronta com a adversidade das línguas e das práticas religiosas. [102]

A cultura escolar contemporânea é, na realidade, baseada no primado do conhecimento científico, verificado ou desmentido por processos de pesquisa, como critério de todo conhecimento. [103]

[...] a ciência tem duas faces: conhecimento de valor universal e produto cultural do Ocidente. [104]

As língua científicas são, de fato, as línguas europeias, com o inglês em primeiro lugar. [104]

“ Muitos professores, desde a criação das Escolas Normais, são filhos de camponeses . Eles fazem geralmente como o pai de um dos meus amigos. Punem severamente, durante o dia, os alunos surpreendidos falando bretão. Depois  da aula, seu maior prazer é falar o mesmo bretão em suas famílias e com as pessoas do vilarejo. Contradição? De jeito nenhum. Quando eles deixam de ser ios hussardos da República, eles voltam a ser homens. “  [106] – fonte: Pierre-Jakez HELIAS, Le Cheval d’orgueil, 1975

No que se refere aos outros  aspectos do patrimônio cultural (cozinha, jogos, músicas, dança, artes plásticas), a ambição dos jovens Estados é de se apropriar deste patrimônio, fundi-lo em uma herança unitária única e valorizá-lo com fins ideológicos, políticos, turísticos e de identidade. [107-108]

O direito relativo às atividades culturais é um terreno de enfrentamentos duradouros e profundos sobre a liberdade de expressão. Ele é complexo, variável de um país a outro e em permanente mudança. A globalização dos fluxos culturais e mercantis atropela a legislação própria de cada país e leva à elaboração de direitos regionais (por exemplo o direito europeu) ou um direito mundial da cultura. [108]

A ação estatal é o objeto de reformulações constantes, ao sabor das circunstâncias. Nos anos 60, autoridades, entre as quais os novos críticos, viam a televisão como uma mídia educativa e cultural privilegiada. A interferência do Estado sobre este instrumento e a ausência de liberdade de expressão o reduziram essencialmente a um objeto de divertimento. A multiplicação dos canais e sua privatização levaram, em seguida, o Estado a diminuir seus investimentos. [109]

Nos dias de hoje, é compreensível que o espetáculo ao vivo, (teatro, circo, música, ilusionismo etc) esteja em crise financeira permanente, pois, em 1998, para preparar uma peça de teatro a ponto de poder apresentá-la, era preciso o mesmo tempo que no século XVIII. [109]

Nascida sob tão maus auspícios, criticada por todos os lados, a UNESCO atravessou, no entanto, as turbulências da reconstrução, da Guerra Fria, da descolonização. [111]

Desde a sua fundação, a UNESCO alargara seu campo de competências, passando a uma política mundial da cultura. Ela militara em favor da ideia de que a cultura é um assunto importante demais para ser abandonada somente aos seus mercadores. [114]

Referência
WARNIER, J. P. A mundialização da cultura. Tradução Viviane Ribeiro. 2. Ed. Bauru, SP: EDUSC, 2003



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