Citações
[...] as indústrias culturais são um ramo importante da economia. [97]
[...] uma dimensão da identidade, [...] o setor das
indústrias da cultura inclui a mídia. [97]
A promoção das ideias, a divulgação de informações
verdadeiras ou mentirosas, passam pela mídia. [97]
[...] a transmissão das tradições culturais se apoia no patrimônio herdado do passado. [97-98]
A transmissão cultural está estritamente ligada à educação.
O ensino, sob todas as suas formas, é um meio de socialização dos jovens, de
acesso à palavra pelo domínio da linguagem e da aprendizagem pelos saberes e
dos know-how fundamentais (leitura, escrita, cálculo, ciências, humanidades,
religião, direito), que ligará toda criança à sociedade e a suas tradições.
[98]
Estes são os três aspectos de qualquer política cultural: a)
desenvolvimento econômico; b) promoção e controle da informação-comunicação; c)
socialização dos indivíduos e transmissão do patrimônio cultural e de
identidade. [98]
“Os monumentos e as antiguidades, restos interessantes, poupados
e consagrados pelo tempo, que o tempo parece nos dar ainda, porque ele não os
destrói mais que a História consulta, que as artes estudam, que a filosofia
observa, que nossos olhos gostam de fixar com este tipo de interesse dado pela
velhice das coisas e tudo o que dá uma espécie de existência ao passado [...]”
[100] – fonte: Ministère de La Culture, Patrimoine,
Ética et Culture, 1992, p. 16-7
Em todos os países do mundo, ao olhar das culturas
singulares, a política escolar se confronta com a adversidade das línguas e das
práticas religiosas. [102]
A cultura escolar contemporânea é, na realidade, baseada no
primado do conhecimento científico, verificado ou desmentido por processos de
pesquisa, como critério de todo conhecimento. [103]
[...] a ciência tem duas faces: conhecimento de valor
universal e produto cultural do Ocidente. [104]
As língua científicas são, de fato, as línguas europeias,
com o inglês em primeiro lugar. [104]
“ Muitos professores, desde a criação das Escolas Normais,
são filhos de camponeses . Eles fazem geralmente como o pai de um dos meus
amigos. Punem severamente, durante o dia, os alunos surpreendidos falando
bretão. Depois da aula, seu maior prazer é falar o mesmo bretão em suas
famílias e com as pessoas do vilarejo. Contradição? De jeito nenhum. Quando
eles deixam de ser ios hussardos da República, eles voltam a ser homens. “ [106] – fonte: Pierre-Jakez HELIAS, Le Cheval d’orgueil, 1975
No que se refere aos outros
aspectos do patrimônio cultural (cozinha, jogos, músicas, dança, artes
plásticas), a ambição dos jovens Estados é de se apropriar deste patrimônio, fundi-lo
em uma herança unitária única e valorizá-lo com fins ideológicos, políticos,
turísticos e de identidade. [107-108]
O direito relativo às atividades culturais é um terreno de
enfrentamentos duradouros e profundos sobre a liberdade de expressão. Ele é
complexo, variável de um país a outro e em permanente mudança. A globalização
dos fluxos culturais e mercantis atropela a legislação própria de cada país e
leva à elaboração de direitos regionais (por exemplo o direito europeu) ou um
direito mundial da cultura. [108]
A ação estatal é o objeto de reformulações constantes, ao
sabor das circunstâncias. Nos anos 60, autoridades, entre as quais os novos
críticos, viam a televisão como uma mídia educativa e cultural privilegiada. A
interferência do Estado sobre este instrumento e a ausência de liberdade de
expressão o reduziram essencialmente a um objeto de divertimento. A
multiplicação dos canais e sua privatização levaram, em seguida, o Estado a
diminuir seus investimentos. [109]
Nos dias de hoje, é compreensível que o espetáculo ao vivo,
(teatro, circo, música, ilusionismo etc) esteja em crise financeira permanente,
pois, em 1998, para preparar uma peça de teatro a ponto de poder apresentá-la,
era preciso o mesmo tempo que no século XVIII. [109]
Nascida sob tão maus auspícios, criticada por todos os
lados, a UNESCO atravessou, no entanto, as turbulências da reconstrução, da
Guerra Fria, da descolonização. [111]
Desde a sua fundação, a UNESCO alargara seu campo de
competências, passando a uma política mundial da cultura. Ela militara em favor
da ideia de que a cultura é um assunto importante demais para ser abandonada
somente aos seus mercadores. [114]
Referência
WARNIER, J. P. A
mundialização da cultura. Tradução Viviane Ribeiro. 2. Ed. Bauru, SP:
EDUSC, 2003
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