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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O QUE É UM GÊNERO TEXTUAL? (Memória)


Em relação aos aspectos históricos dos gêneros podemos dizer que surgiram muito antes da escrita, ou seja, numa primeira fase um conjunto pequeno desses foram desenvolvidos por povos de cultura predominantemente oral e com a multiplicação dos gêneros surgiram os típicos da escrita. A partir do século XV os gêneros expandem-se com o aparecimento da cultura impressa. Atualmente com a cultura eletrônica presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita. Isto nos mostra a dinamicidade presente nos gêneros, já que estes se integram funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem, caracterizando-se por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais. Mostrando a importância de estudos que trazem suas variedades, analisando a peculiaridade funcional e organizacional, apontando aspectos de interesses para o trabalho em sala de aula.
Segundo Bronckart (1996), os conhecimentos construídos sobre os gêneros estão sempre correlacionados às representações que temos sobre as situações sociais diversas em que atuamos. E é com base nesses conhecimentos que o produtor “adota” um gênero particular que lhe parece ser o mais adequado à determinada situação.
È nesta situação adaptativa em que o conhecimento sobre os gêneros torna-se importante, pois sabendo utilizar corretamente os gêneros, facilitaria para que não houvesse erros ou uso inadequado de gêneros em dada situação, tendo em vista que todos os textos sempre se manifestam num ou noutro gênero textual, sendo que um maior conhecimento de sua funcionalidade torna-se importante tanto na produção como na compreensão de um texto.    
O gênero textual é a possibilidade de materializar e corporificar um texto, predominando naqueles os critérios de ação prática, circulação sócio-histórica, funcionalidade, conteúdo temático, estilo e composicionalidade é importante ressaltar que os gêneros são entidades comunicativas.
Segundo Bakhtin, (1979 cita  Bezerra, 2005, p. 25) “Gêneros são formas verbais de ação social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidade de práticas sociais e domínio discursivo específicos”.
Para (Douglas Biber 1988) os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes e na natureza do tópico tratado. Pode-se com isto dizer que os gêneros são influenciados por critérios externos, ou seja, sócio-comunicativos e discursivos.
Neste artigo abordaremos o gênero textual Memória, pois, a finalidade deste  é fazer o aluno relatar as experiências, incita a produção textual tanto dos educandos como dos educadores. Essa possibilidade provém do fato de que a compreensão e produção escrita são dimensões sociais, culturais e psicológicas que mobilizam diversas capacidades de linguagem. Dessa forma o trabalho com o gênero textual Memória  possibilita a compreensão de que os saberes da escola estão presentes no contexto da vida cotidiana.
Ao alunos das séries finais do Ensino Fundamental, serão capazes de realizar uma leitura proficiente de seu contexto e da diversidade que o compõe, logo, irão não só compreender o passado, como também poderão estabelecer relações entre outras épocas e a realidade atual.  
A utilização da língua nas mais variadas atividades humanas se constitui em gêneros do discurso. As pessoas mantêm, reproduzem, constituem e reconstituem seus papéis sociais e relacionamentos particulares através desses gêneros.

O GÊNERO TEXTUAL MEMÓRIA

O gênero textual "Memória" registra os acontecimentos da vida do autor , o que ocorreu durante o seu período de vida na vida pessoal, na história política do país e do mundo. É sempre escrita em 1a pessoa. Se você ainda não leu nada desse gênero tem aí: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis ,Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antonio de Almeida(ficções); As curvas do tempo-memórias, de Oscar Niemeyer, Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, Memórias de Menina- de Rachel de Queiroz( não-ficção).
O Gênero memória se constitui em um exercício de interrogação de nossas experiências passadas para fazer aflorar não só recordações/lembranças, mas também informações que confiram novos sentidos ao nosso presente.
A forma como encaramos certas situações e objetos está impregnada por nossas experiências passadas. Segundo Ecléa Bosi (1994), através da memória, não só o passado emerge, misturando-se com as percepções sobre o presente, como também desloca esse conjunto de impressões construídas pela interação do presente com o passado que passam a ocupar todo o espaço da consciência. O que a autora quer enfatizar é que não existe presente sem passado, ou seja, nossas visões e comportamentos estão marcados pela memória, por eventos e situações vividas. De acordo ainda com essa autora, o passado atua no presente de diversas formas. Uma delas, chamada de memória-hábito, está relacionada com o fato de construirmos e guardarmos esquemas de comportamento dos quais nos valemos muitas vezes na nossa ação cotidiana.
O Memorial é o resultado de uma narrativa da própria experiência retomada a partir dos fatos significativos que nos vêm à lembrança. Fazer um Memorial consiste, então, em um exercício sistemático de escrever a própria história, rever a própria trajetória de vida e aprofundar a reflexão sobre ela. Esse é um exercício de autoconhecimento.

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