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sábado, 21 de julho de 2012

Prosa Sobre Amigos

        Amigos não morrem, eles apenas se ausentam.  Como o cheirinho do café fresco feito pela mãe que fica pendurando no vento leve da saudade antiga.  Essa saudade é um misto de falta e ao mesmo tempo de presença.  Age em nosso peito como a maior e mais cruel invenção, pois, assim são as perdas que a vida nos traz.
       A lacuna que fica vai sendo preenchida com imagens e mil tons, como num filme que se perde nos labirintos da imaginação onde o presente ébrio de dor se funde com o passado abundante de histórias e saudades.
       Esses mil tons que vão surgindo servem para aquarelar as ideias e dar um efeito mais poético ao som agora mudo das gargalhadas pueris e fáceis que por tantas vezes harmonizaram nossos embaraços.
       Eta saudade grande, que estraçalha o peito e desorganiza a bagagem desarmando as arapucas que a vida preparou; libertando sorrisos curiosos, aquele entusiasmo contagiante, o bom e velho humor despreocupado e uma imensidão de equilíbrio, força, coragem e sonhos, que é preciso sufocar em algum canto para que não venham à tona a todo instante como um abrir e fechar de olhos.
       Amigos não morrem porque são capazes de transformar a vida da gente num filme de aventuras que podemos rever muitas vezes enchendo os novos momentos de alegria e dando mil tons à beleza poética da vida.
       Amigos são eternos e, independente da distância que a vida os leve, terão lugar cativo em nossos corações.


(Rosilda da Silva)

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