Wolverine – Imortal (The
Wolverine, 2013), que estreia nesta sexta (26), retoma esse espírito
aventureiro e estradeiro daquela primeira cena. É um filme sem X-Men, sem
uniformes coladinhos no corpo, sem naves supertecnológicas. Há uma modesta meia
dúzia de mutantes com poderes discretos, isto é: telepatas e uma cientista
venenosa. Ninguém atira raios com olhos ou voa… Já é bem diferente de X-Men
Origens – Wolverine(2009), e isso, ufa, é um alívio.
Apesar da bomba que foi o filme
anterior, Wolverine merecia uma segunda chance. Se nos quadrinhos o personagem
já tinha lá seus atrativos, encarnado por Hugh Jackman se tornou charmoso e
encantador. O Logan do ator é absolutamente icônico, digno de fazer par com o
Superman de Christopher Reeve e com o Batman de Adam West. Da leva recente, só
o Homem de Ferro de Robert Downey Jr. pode reivindicar esse patamar.
Como explicou uma amiga deste
jornalista na saída da pré-estreia: “Superman é coxinha; o Wolverine é aquele
cara meio estragado, meio sujo, que toda garota tem a esperança de que um dia
vai convencê-lo a parar de largar a toalha molhada em cima da cama”.
Um personagem com uma força
dessas não podia ficar fora das telas. Com a recente reformulação da franquia
dos X-Men como uma equipe de adolescentes, Wolverine ficou às margens da
franquia, e o retorno com um filme solo do herói ficou quase inevitável.
O novo longa-metragem se passa
depois de X-Men – O confronto final (2006) e é livremente inspirado
em quadrinhos de Chris Claremont e Frank Miller, embora o espectador possa se
virar bem sem ter visto o filme anterior ou lido as HQs.
No filme, a morte de Jean Grey
levou Logan a vagar pelo mundo, até que a jovem Yukio o encontra e diz que um
velho conhecido, que se tornou um empresário poderoso no Japão, está prestes a
falecer e gostaria de revê-lo para agradecer. Em Tóquio, Wolverine recebe uma
proposta do homem à beira da morte: sua tecnologia pode dar cabo do fator de
cura de Wolverine e libertá-lo para envelhecer e morrer como um homem comum. O
bilionário tem uma neta e herdeira, Mariko, que passa a ser perseguida pela
Yakuza depois de sua morte.
Claro: Wolverine começa a perder
seus poderes, mas cabe a ele salvar a mocinha – e esse está longe de ser o
único clichê do filme. Mesmo sem uniformes colantes e capas, Wolverine –
Imortalainda está repleto de lugares-comuns de super-heróis, especialmente no
arco final. Afinal, o filme é um blockbuster de verão, com vantagens,
mas também as idiossincrasias e didatismos que o gênero exige.
Isso fica escancarado, por
exemplo, nas duas vezes em que dois personagens diferentes explicam, com todas
as letras, que Wolverine é “um ronin, um samurai sem mestre”. Oras, “ronin”
quer dizer “samurai sem mestre”. Além de recorrer a uma frase vazia para
explicar a alma do herói, o roteiro consegue ser redundantemente redundante. É
o tipo de coisa que vai provocando a cansada paciência do pobre espectador.
Wolverine – Imortal chegou a
ser anunciado como um projeto de Darren Aronofsky (Pi, Cisne Negro), um
diretor que pelo menos provoca mais que James Mangold (Garota, Interrompida).
Mas Aronofsky desistiu, ou foi demitido, sabe-se lá. Na época, a promessa era
de um filme com violência e sexo.
Mangold mostra violência, mas a
sexualidade se limita ao corpão desnudo de Jackman – Logan paga cofrinho, é
acariciado, cortado, algemado, abusado com um esfregão, mas não pega ninguém.
O grande mérito do diretor talvez
seja mesmo o de entregar o que o público espera: um filme correto, que é
despudoradamente sobre Wolverine. Mas não vai além: não arrisca nada. Por
tabela, não surpreende.
Mas, para o público de Wolverine
e de Hugh Jackman, o esperado pode ser simplesmente o suficiente.
Wolverine – Imortal
Duração: 126 minutos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Famke Janssen, Rila Fukushima, Svetlana Khodchenkova, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi, Hiroyuki Sanada.
Duração: 126 minutos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Famke Janssen, Rila Fukushima, Svetlana Khodchenkova, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi, Hiroyuki Sanada.
Fonte: www.universohq.com
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