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domingo, 17 de março de 2013

Patrimônio Cultural e o Descentramento do Sujeito na Contemporaneidade

Rogério Proença Leite

Ler um livro e não conhecer o autor é como ir a uma festa e não cumprimentar o anfitrião.” Thomas Morus


vGraduado em Ciências Sociais,
vMestre em Sociologia (PIMES-UFPE),
vDoutor em Ciências Sociais (UNICAMP),
vProfessor Associado III da Universidade Federal de Sergipe (UFS),
vCoordenador do Programa de Pós-graduação em Sociologia (Mestrado e Doutorado) e o Laboratório de Estudos Urbanos e Culturais,
vProfessor colaborador do Mestrado em Patrimônio do IPHAN (Rio de Janeiro),
vProfessor colaborador do Mestrado/Doutorado em Cidades e Culturas Urbanas da Universidade de Coimbra,
vCoordenador brasileiro da Rede Brasil-Portugal de Estudos Urbanos (CPLP do MCT/CNPq e CAPES-FCT),
vAtua na área de Sociologia Urbana,
vIntegra o Comitê Assessor de Avaliação de Sociologia da CAPES,
v1o. Secretário da Sociedade Brasileira de Sociologia SBS.


Prêmios e títulos
2011 - Moção de Congratulações em reconhecimento ao mérito acadêmico pela participação no Comitê Assessor da Área de Sociologia para o triênio 2011/2013
2008 - Prêmio FAPESE (2º Lugar da à área de Ciências Humanas) ao orientando Fábio José Reis de Araújo pela monografia Permeabilidades e Fronteiras Sócio-espaciais no Centro Histórico de Salvador, FAPESE.
2007 - Prêmio "Sociólogo do Futuro 2007", da Sociedade Brasileira de Sociologia - SBS, à orientanda Elaine Ferreira Lima, com a pesquisa Enobrecimento Urbano e Centralidades, Sociedade Brasileira de Sociologia - SBS.
2006 - Prêmio CNPq/PIBIC 2006 de melhor pesquisa na área de Ciências Humanas na UFS, à orientanda Marina Cavalcante Vieira, com a pesquisa Enobrecimento e Exclusão: o caso do Rio de Janeiro, CNPq/POSGRAP/UFS.
2003 - Prêmio CNPq/PIBIC 2003 de melhor pesquisa na área de Ciências Humanas na UFS, ao orientando Sidney Matos Lima, com a pesquisa O Mercado Central de Aracaju, CNPq/POSGRAP/UFS.
2002 - Prêmio CNPq/PIBIC 2002 de melhor pesquisa na área de Ciências Humanas na UFS, ao orientando Sidney Matos Lima, com a pesquisa Espaço Público e Enobrecimento em Aracaju, CNPq/POSGRAP/UFS.

Principais trabalhos
LEITE, Rogerio Proença . A Exaustão das Cidades: antienobrecimento e intervenções urbanas em cidades brasileiras e portuguesas. Revista Brasileira de Ciências Sociais (Impresso), v. 72, p. 73-88, 2010.
LEITE, Rogerio Proença ; PEIXOTO, Paulo . Políticas urbanas de patrimonialização e contra-revanchismo: o Recife Antigo e a Zona Histórica da Cidade do Porto. Cadernos Metrópole (PUCSP), v. 21, p. 93-104, 2009.
FORTUNA, Carlos (Org.) ; LEITE, Rogerio Proença (Org.) . Plural de Cidade: Novos Léxicos Urbanos. 1. ed. Coimbra: CES/Almedina, 2009. v. 1.

 LEITE, Rogerio Proença . Contra-usos da Cidade: lugares e espaço público na experiência urbana contemporânea. 2 Edição Revista, Ampliada e com posfacio.. 2. ed. Campinas: Ed. UNICAMP, 2007. v. 1. 390p .

 LEITE, Rogerio Proença . Localizando o Espaço Público:gentrification e cultura urbana. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 83, p. 35-54, 2008.

Início da discussão sobre Patrimônio Cultural no Brasil


A partir de meados da terceira década do séc. XX com o movimento modernista;
Projeto lei encaminhado ao ministério por Mário de Andrade defendendo como patrimônio todas as artes e eventos;
Alguns dos intelectuais que atuavam com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e Lúcio Costa


vO Brasil aderiu a Convenção do Patrimônio Cultural em 1977,
vInicialmente concentrou-se em bens de interesse histórico para as classes dominantes e hoje está bem diversificado refletindo um esforço para construir uma representação mais equilibrada,
vSomente em 2001, o que Mário de Andrade preconizara em 1936, aconteceu. A legislação patrimonial é ampliada incluindo a categoria de bens imateriais.


Fonte: Herança, sacralidade e poder: sobre as diferentes categorias do patrimônio histórico e cultural no Brasil
Aline Sapienzinska Krás Borges Canani  
Dra em Antropologia Social


Quem atribui o caráter histórico a um patrimônio?

É o público, as pessoas de uma forma geral que atribuem pela expressão da cultura que possuem e pelo grau de esclarecimento que têm, pelas afinidades, identidade, pelo sentimento de pertencimento.

Relacionando clássicos literários com Patrimônio Cultural
1 - São obras que ultrapassam o seu tempo, persistindo de alguma maneira na memória coletiva e sendo atualizada por sucessivas leituras, no transcurso da história.

2. Apresentam paixões humanas de maneira intensa, original e múltipla. São paixões universais (ou pelo menos "ocidentais") e têm um grau de maior ou menor flexibilidade em relação à historicidade concreta.

3. São obras que registram e simultaneamente inventam a complexidade de seu tempo. De maneira explícita ou implícita desvelam a historicidade concreta, as ideias e os sentimentos de uma época determinada. Há uma tendência geral: quanto mais explícita for a revelação histórica, menor o resultado estético. Na verdade, o espírito da época deve estar introjetada na experiência dos indivíduos. 

4. São obras de reconhecido valor histórico ou documental, mesmo não alcançando a universalidade inconteste. Nesta linha situam-se aquelas obra que são clássicas apenas na dimensão da história literária de um país, como por exemplo, a obra de José de Alencar, ou apenas de uma região, como por exemplo as obras de Cyro Martins ou Aureliano de Figueiredo Pinto. 

5. Talvez a característica fundamental de uma obra clássica seja a sua inesgotabilidade.  (caráter polissêmico, plural)

6. Um clássico é fundamental também pelo efeito que deflagra na consciência do leitor.

7
. De uma certa forma, é um protesto contra o sem sentido da vida
.

  vReferência - Calvino, ItaloPor que ler os clássicos. São Paulo, Companhia das Letras, 1993.

vDoutor em Letras;

vTraduzidos para inúmeras línguas, tem lugar de destaque no repertório da literatura pós-moderna da Europa;


vConsagrado como um dos mais importantes escritores italianos do século XX.

Outros Contrapontos

vConstrução social dos lugares - processos de gentrification  (enobrecimento) reanimam os usos públicos dos espaços urbanos. Mas que tipo de uso público ocorre? Em que medida esse uso recurso pode ser caracterizado como construção de espaços públicos? Qual o papel desempenhado pela construção dos lugares nesse processo?


Sujeitos descentrados não conseguem se reconhecer no patrimônio cultural; faltas-lhe pertencimento, identificação, afinidades.
Assim também aconteceram com as histórias de Monteiro Lobato, que adaptadas para a TV reinaram desde 1952 até 1986 nos programas do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Entretanto, quando a televisão já estava largamente difundida, no início do séc. XXI uma nova série com as mesmas histórias foi gravada e por falta de audiência encerrada em 2007.









Bem material – Cabe ao estado o tombamento e preservação com intenção de congelar o tempo e perpetuar a memória;

Bem Imaterial - Cabe ao estado a conservação,  registro do processo e a salvaguarda.



Já que cabe as pessoas atribuir caráter histórico aos bens, sejam eles materiais ou imateriais,

 e nós, o que queremos preservar, perpetuar a memória?


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