22/03/13 - Memória e Patrimônio –
Jacques Le Goff
Na atualidade
reconhece-se a oralidade como forma de guardar a memória, os mitos de origem,
lendas – bruxas, lobisomem(reconhecidas como patrimônio imaterial)
- Memória escrita -
“necessidade ostentação durabilidade de uma memória lapitar e marmórea.”
(LE GOFF, 1992, p.432)
- Monumentos comemorativos
Memória – mundo antigo
- Evolução da oralidade para a escrita]ligada à
evolução social e ao desenvolvimento urbano
- Necessidade de fixar normas de convivência social,
aquilo que “ não é fixável na
memória de modo completo (LE GOFF, 1992, p.433)
FATOS QUE DEVEM ULTRAPASSAR AS
GERAÇÕES
- A religião
- A história
- A história
- A geografia
- “o triplo problema do tempo, do espaço e do homem
constitui a matéria memorável”. (LEROI-GOOURHAN, op cit. LE GOFF, 1992,
p;433)
DIVINIZAÇÃO DA MEMÓRIA: GRÉCIA
- Mnemosine – Deusa, mãe de 9 musas (da história, da
música, da dança, da poesia romântica, da poesia lírica, da astronomia e
astrologia, da comédia, da tragédia e da alegria, da eloquência)
- Seu templo chamava-se MUSEU.
MNEMOSINE
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Antídoto para o
esquecimento, fonte de imortalidade
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Esquecimento = morte,
fim
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Poetas tinham o poder
da memorização.
MUNDO ANTIGO
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Necessidade de lembrar - desenvolvimento da mnemotécnica
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Memória das coisas – lugares, objetos
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Memória das palavras = símbolos
Ex: decorar tabuadas, poemas, regras
DOMNATIO MEMORIAE
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Danação da memória – Roma antiga. Apagar os vestígios
dos imperadores em todos os documentos possíveis: “ao poder pela memória
responde a destruição da memória.” (LE GOFF, 1992, P. 442)
Ex. Destruição da estátua de Sadam
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Prática exercida pelos egípicios
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Considerada pelos judes a maior praga
MEMÓRIA –
MEDIEVO
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Influência do cristianismo
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“o ensino cristão é memória, o culto cristão é
comemoração” (LE GOFF, 1992, p. 445)
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Ligação entre Morte e Memória
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Veneração aos velhos: homens-memória
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Homens “ausentes da memória” (p. 449-450) – pessoas eu
davam seu testemunho lembrando de coisas/fatos que os outros não lembravam.
Ex:
Genealogia bíblica, missa do galo, suplício de Cristo, cemitério – lápides (mostrando
quem foi aquela pessoa), (céu e inferno)
(Todo
mundo que está no poder quer deixar a sua marca ou apagar a do anterior, tem
como interesse profundo perpetuar a memória) – povo japonês ainda hoje cultua
os mais velhos e sua experiência
MEMÓRIA URBANA
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Identidade coletiva, comunitária
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Literatura – canções de gesta (herói épico)
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Arquivos
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Ensino
CONCEITO DE MEMÓRIA NO SEC XIII
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A memória é um glorioso e admirável dom da natureza,
através da qual reevocamos as coias passadas, abraçamos as presentes e
contemplamos as futuras, graças à sua semelhança com as passadas
MEMÓRIA
CRISTÃ
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Memória do paraíso
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Memória do inferno
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Bom e mau governo
(Alegoria do bom e mau governo – Ambrogio Lorenzetti – afresco)
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Lugares de memória
MEMÓRIA EM
REEXPANSÃO - RENASCIMENTO
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Imprensa
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Método ao invés de decorar
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Enciclopédia (Séc. XVIII) – grande obra de memória
onde todo o conhecimento deveria ser compilado
REVOLUÇÃO FRANCESA
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Retorno da memória dos mortos - romantismo
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Explosão do espírito comemorativo
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“serão estabelecidas festas nacionais para conservar a
recordação da Rev francesa -
constituição francesa de 1791 – expansão dos museus, cada vez mais comuns
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Manipulação da memória
SÉCULO XIX – Revolução na memória
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Ampliam-se as comemorações
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Retorno de estátuas, monumentos
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Souvenirs, turismo
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Arquivos, bibliotecas e museus: públicos e nacionais
(Louvre)
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Fotografia: álbuns de família, postais, (da metade do
século em diante torna-se um desejo a fotografia)
SÉC XX
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Memória eletrônica – computador só guarda aquilo
que gente quer... é uma seleção
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Computadores considerados de memória “ilimitada”:
escrita, memória e leitura
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“auxiliar” da memora humana, não age sozinha.
EXPANSÃO DA MEMÓRIA
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Importância da Interdisciplinaridade
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Filosofia
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Literatura
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Psicologia
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História Nova, cultura, oral
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Direito
LUGARES DE MEMÓRIA (NORA)
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Topográficos:
arquivos bibliotecas, museus
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Monumentais:
cemitérios, arquiteturas
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Simbólicos:
comemorações, peregrinações, aniversários, emblemas, logotipos
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Funcionais: manuais, autobiografias,
associações
DESAFIOS DO
SÉCULO XXI
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Memória – identidade
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Memória – poder
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“Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva
sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”. (LE GOFF, 1992, P.477)
"Vivemos em um tempo de excesso de patrimonialização"
LE GOFF –
CITAÇÕES
“A memória liga-se a vida social. Esta varia em função
da presença ou ausência da escrita.” (Le Goff, p.419)
“A memória coletiva faz parte das grandes questões das
sociedades em via de desenvolvimento, das classes dominantes e das classes
dominadas, lutando pelo poder ou pela vida.”
“A memória é um elemento essencial do que se costuma
chamar de identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades
fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia.
“Mas a memória coletiva é não somente uma conquista, é
também um instrumento e um objeto de poder.”
“ A ignorância argumenta e expõe, enquanto o
conhecimento medita e age. Todo palrador revela algo de insensatez, diante do
necessário silêncio de quem se identifica com os fatos antes que com as
palavras.” (Vitor Hugo)
Prof. Sandra Guedes
Prof. Sandra Guedes
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