A nossa infância sempre foi rodeada por brincadeiras, construída
de brinquedos e fortalecida pela imaginação. Nas brincadeiras de guerrinhas
nunca morríamos e sempre vencíamos, sempre éramos os heróis e nunca os vilões.
Nos parquinhos das praças, íamos às balanças em busca da sensação de como
seria voar, mesmo estando longe das nuvens e muito próximos do chão. O
gira-gira se transformava em uma máquina de alegria, que fazia muitas
gargalhadas soltas ao vento, enquanto a gangorra virava um cavalo imaginário,
donde as risadas pareciam ir cavalgando junto. As tardes eram quase infinitas e
a diversão parecia que nunca acabava, mas na hora de ir embora, dava um aperto
no coração que nos fazia chorar. Quando nos reuníamos na rua com os amigos, as
brincadeiras de sempre pareciam que cada vez nos animavam ainda mais. No
pega-pega, dificilmente a gente se cansava, o esconde-esconde nos convidava a
procurar e nunca desistíamos até que os outros encontrássemos, e no cobra-cega,
mesmo com a vista vendada era possível alguém pegar, pois eram os olhos da
imaginação fazendo com que enxergássemos.