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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Extrojetando um processo de descontrução

O processo de ensino aprendizagem nas escolas públicas tem se mostrado um fato preocupante. 
E isso é possível observar pelo crescente aumento da falta de professores. E, em consequência disso tem-se um número considerável de alunos desmotivados e desinteressados, enclausurados em sala de aula, como uma águia dentro de uma galinha.

Acredita-se que para haver uma desconstrução dessa atual visão e prática, seja necessária uma reflexão maior no que diz respeito a valorização do profissional, pois muito da ineficiência do ensino aprendizagem recai erroneamente no papel do professor e na sua abordagem de ensino. 


Mas, é preciso que fique claro que esses são os profissionais que percebem as dificuldades, trabalham com elas e, muitas vezes por mais motivados/interessados  que sejam encontram barreiras diversas, complexas até, o que em alguns casos lhes impede de forma significativa de gerar mudanças e promover na prática o que tão bem conhecem teoricamente.

Certamente que havendo professores mais reflexivos, embasados teoricamente, críticos de sua prática e principalmente, valorizados pelo que fazem tanto financeiramente quanto em sua formação continuada, será possível despertar o prazer e o interesse dos alunos pelas aulas, mesmo em meio a tantas tecnologias e outras opções mais atraentes e interessantes para a criança e o adolescente.

Conforme James Agrey, todo indivíduo tem dentro de si uma dimensão-águia e uma dimensão-galinha. Elas vêm revestidas de muitos nomes: realidade e sonho, necessidade e desejo, corpo e alma, enraizamento e abertura, sistema fechado e sistema aberto, entre outros tantos. Tendo em vista que tudo o que transcende os padrões da normalidade é considerado como a nossa dimensão-águia. Mas isto pode ser melhor entendido com a leitura da fábula  A águia e a galinha, [4] de Agrey, político e educador popular.  

Essa história foi mencionada para mostrar que existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas, apequenando-nos, podando nossa capacidade criativa e reflexiva,  para que dessa forma não haja o enfrentamento das práticas/posturas habituais em relação ao  profissional que faz a diferença no presente e estimula um olhar diferenciado do jovem acerca do futuro.  Mas, é preciso lembrar de que somos águias e portanto, torna-se necessário que abramos nossas assas e voemos, sem jamais nos contentarmos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

É nesse sentido que aqueles que estão a frente, no comando da situação precisam embasar seu olhar,  para a realidade do momento vivido, descortinando os mistérios que revestem a arte docente e as práticas dos discentes em sala de aula nas mais variadas situações.  

É urgente uma mudança profunda com a necessidade de se transformar não somente o âmbito espaço/material, mas também a cultura de valorização profissional. 


Somos profissionais, verdadeiras águias; orientamos direções e decisões, nossa força potencial está na capacidade crítica e reflexiva que com muita filosofia, sensibilidade e competência despertamos em nossos alunos.  Nossa árdua tarefa de ensinar tem sido a mola propulsora para grandes impactos, mas para que nossa prática se torne menos vulnerável às críticas e aos modismos efêmeros, valorização profissional e melhores condições de trabalho seriam a solução para esta difícil equação.

Rosilda da Silva

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