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terça-feira, 22 de maio de 2012

Atividade de Interpretação textual 2

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 4:

ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUS
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” – arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por extenso – sem criar equívocos – e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário fosse.
Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedir meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher o nosso mundo.
GATTAI, Zélia. Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986. p. 23.


1.   No relato de memória extraído do livro Anarquistas graças a Deus, a autora faz algumas comparações entre o passado e o presente. Dos trechos transcritos a seguir, assinale o que não está fazendo uma comparação entre passado e presente:

a) (     ) “Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados”.
b) (     ) “Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela.”
c) (     ) “Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros”.
d) (     )  “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava com pressa.”

2.   Para que o leitor construa uma imagem do passado rememorado pela autora, ela usa termos que qualificam e caracterizam algumas passagens de suas memórias. Assinale a alternativa em que os termos destacados não são caracterizadores:

a) (     ) “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”
b) (     ) “o riso aberto e franco”
c) (     ) “abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras”
d) (     ) “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava”

3.   Assinale o trecho no qual a presença da voz do narrador, interrompendo o relato, expressa um recurso de interação entre autor e leitor:

a) (     )   “Não havia surgido a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli”.
b) (     )   “Para que isso? Para que o uso de siglas?”
c) (     )   “Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos.”
d) (     )   “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”

4.   Assinale a alternativa que expressa as marcas temporais que identificam um passado distante:

a) (     ) “Havia tempo para tudo” e “Não havia surgido ainda”;
b) (     ) “ninguém se afobava” e “sobrava tempo para ênfase”;
c) (     ) “Fora esse detalhe” e “ainda sobrava tempo para ênfase”;
d) (     ) “Naqueles tempos” e “daqueles idos”.
      

 GABARITO
1 D   2 D   3 B   4 D

11 comentários:

profnonato disse...

Boa madrugada!! (rs).Foi você que elaborou essas questões? Encontrei-as adaptadas num simulado e a resposta da primeira questão ficou a letra D; entretanto,entendo que em tal alternativa não deixa de haver uma comparação implícita. Ora, se "Havia tempo para tudo" é porque hoje não há mais; se "ninguém se afobava" é porque hoe as pessoas andam afobadas; se "ninguém andava com pressa", hoje as pessoas andam apressadas. Que acha? Talvez se devesse mudar um pouco o enunciado da questão para "(...)em que menos se evidencia (...)

Profª Rosilda disse...

Olá, essas questões não foram elaboradas por mim, apenas compartilhei para ajudar quem de repente não tempo de elaborar seu próprio material. O que é de minha autoria aparece em meu nome, o que conheço a fonte, disponibilizo com a referência e aqueles que desconheço infelizmente ficam assim. Mas valeu a sugestão. Obrigada.

Anônimo disse...

e as respostas?

Unknown disse...

manda as respostas por favor
agradecido

Profª Rosilda disse...

Olá João Daniel,
Obrigada pela visita em meu blog.
Acabei de postar o gabarito no final da atividade. Espero ter ajudado.
Abraço

Rose Matte disse...

Bom dia!
Gostei muito dessa postagem.Trabalho 40h semanais em uma escola, estou fazendo o projeto do meu TCC e estou estagiando com uma turma de 7ºano com o Tema Memórias Literárias. Então dá pra imaginar a loucura que são os meus dias, ou seja, tempo é artigo de luxo pra mim. Muito obrigada,me ajudou muitíssimo.

Luana disse...

Boa Noite Sra. Prof. Rosilda. tenho uma questão sobre esse texto, e estou com dificuldade resolve-la você poderia mim ajudar. Ficaria grata. Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” — arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil — fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por extenso — sem criar equívocos — e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário fosse.

Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedir meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher o nosso mundo. (Zélia Gattai. Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro, Record, 1986, p. 23.)





Com base na leitura do texto “O Gênero Romance na perspectiva da cosmovisão carnavalesca”, dizemos que este fragmento é classificado como memórias literárias. Analise as assertivas abaixo:



I- É classificado como memórias literárias, pois recupera uma época com base em lembranças pessoais.

II- Esse texto tenta despertar as emoções do leitor por meio da beleza e da profundidade da linguagem.

III- Nas memórias literárias, o que é contado é a realidade exata. A realidade é a base do que está sendo escrito.

IV- Algumas marcas comuns aos textos de memórias são as seguintes: expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador; verbos que remetem ao passado; palavras utilizadas na época evocada; expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada; participação de outros personagens; de pessoas presentes nas lembranças.



São CORRETAS as assertivas:

I, II, IV.
I, II, III.
I, III.
I, II, III, IV.
II, IV.




Luana disse...

Boa Noite Sra. Prof. Rosilda. tenho uma questão sobre esse texto, e estou com dificuldade resolve-la você poderia mim ajudar. Ficaria grata. Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” — arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil — fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por extenso — sem criar equívocos — e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário fosse.

Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedir meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher o nosso mundo. (Zélia Gattai. Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro, Record, 1986, p. 23.)





Com base na leitura do texto “O Gênero Romance na perspectiva da cosmovisão carnavalesca”, dizemos que este fragmento é classificado como memórias literárias. Analise as assertivas abaixo:



I- É classificado como memórias literárias, pois recupera uma época com base em lembranças pessoais.

II- Esse texto tenta despertar as emoções do leitor por meio da beleza e da profundidade da linguagem.

III- Nas memórias literárias, o que é contado é a realidade exata. A realidade é a base do que está sendo escrito.

IV- Algumas marcas comuns aos textos de memórias são as seguintes: expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador; verbos que remetem ao passado; palavras utilizadas na época evocada; expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada; participação de outros personagens; de pessoas presentes nas lembranças.



São CORRETAS as assertivas:

I, II, IV.
I, II, III.
I, III.
I, II, III, IV.
II, IV.




Anônimo disse...

como faço pra ver as respostas?

Unknown disse...

tem as respostas/?

Profª Rosilda disse...

Olá Thelma, obrigada pela visita. Desculpe-me a demora em responder, trabalhava em um projeto pessoal e o blog acabou ficando desassistido por muito tempo. As respostas encontram-se no final da postagem. Forte abraço.